Impacto da pandemia de COVID-19 nas doenças respiratórias: Um estudo sobre bronquite e bronquiolite aguda em crianças na região norte do Brasil
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Palavras-chave

Epidemiologia
Bronquite
Bronquiolite
COVID-19

Como Citar

Farias, E. C. M. de H., Bertin, M. F. S., Battistuz, F., Avelino, T. B., Peccini, V. A., Junior, E. T. S., Padilha, B. P., Gama, N. M., Menezes, G., Tolentino, L. D., Nunes, G. de S. F. B., Rodrigues, T. L., Silva, T. L. R., Souza, M. H. de F., Pinheiro, N. F., Pereira-Silva, J. W., Almeida, M. B. de, & Paulo, J. M. (2024). Impacto da pandemia de COVID-19 nas doenças respiratórias: Um estudo sobre bronquite e bronquiolite aguda em crianças na região norte do Brasil. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(2), 569–580. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n2p569-580

Resumo

As doenças respiratórias constituem um conjunto diversificado de condições que afetam o sistema respiratório, desempenhando um papel significativo nos sistemas de saúde. A bronquite e bronquiolite aguda são duas condições respiratórias que impactam significativamente a saúde pulmonar, especialmente em crianças pequenas e em alguns grupos vulneráveis. A associação entre bronquite, bronquiolite aguda e COVID-19 é significativa devido às semelhanças nos sintomas respiratórios dessas condições. Ambos envolvem inflamação das vias respiratórias, resultando em tosse e dificuldade respiratória. Dessa forma, é importante analisar perfis epidemiológicos antes e depois da pandemia e compreender o impacto da pandemia na hospitalização e óbitos associados à bronquite e bronquiolite. O objetivo principal deste artigo foi analisar a prevalência e o perfil epidemiológico das internações e óbitos causados por bronquite e bronquiolite aguda em crianças residentes na região Norte do Brasil. Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo, que analisou o número de internações e óbitos por bronquites e bronquiolite aguda na região Norte com base em dados públicos do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante o período de análise, o número de hospitalizações diminuiu 6%, mas o número de mortes aumentou significativamente. O estado do Pará tem o maior número de internações, e o estado do Amazonas tem a maior taxa de mortalidade. Ambos predominam em crianças menores de 1 ano. Além disso, os gastos hospitalares aumentaram 32% durante a pandemia de COVID-19. A significativa incidência de bronquites e bronquiolite aguda em crianças com menos de um ano destaca-se como uma preocupação primordial para a saúde infantil. A vulnerabilidade inerente a esse grupo etário, combinada com a exposição frequente a agentes infecciosos, evidencia a necessidade de abordagens preventivas e estratégias de manejo mais eficazes.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n2p569-580
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