Resumo
Introdução: A interligação entre transtornos de personalidade e de comportamento suicida é um domínio complexo e delicado na saúde mental, dessa forma a relação entre essas duas dimensões, reconhece que os transtornos de personalidade não apenas moldam a forma como os indivíduos percebem e interagem com o mundo, mas também influenciam de maneira significativa seu risco de comportamentos autodestrutivos, como o suicídio. Os transtornos de personalidade, caracterizados por padrões persistentes de pensamento, comportamento e relacionamento, têm sido associados a uma série de desafios psicológicos e sociais. Nesse contexto, observa-se que a presença desses transtornos pode aumentar a vulnerabilidade dos indivíduos a crises emocionais intensas, tornando-os potencialmente mais suscetíveis ao desenvolvimento de comportamentos suicidas. Objetivos: Mostrar a relação do transtorno de personalidade com o comportamento suicida desenvolvido pelos pacientes com esse transtorno, apresentando as condutas de tratamento realizadas pelos profissionais de saúde. Metodologia: O presente artigo tem como método de pesquisa o estudo exploratório, analítico de caráter descritivo, usando como técnica a Revisão Integrativa da Literatura (RIL), por meio dos bancos de dados: Base de Dados em Enfermagem (BDENF), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed, Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Foram consultados diversos tipos de publicações, incluindo artigos científicos, monografias e revistas, com o objetivo de obter informações relevantes sobre o tema, totalizando 20 artigos. Resultados e Discussões: A prevalência do comportamento suicida em pacientes com transtornos apresenta taxas elevas de ideação ao suicídio, tentativas de suicídio e a prática de automutilação. Os padrões disfuncionais apresentados por esses pacientes contribuem de maneira substancial para o aumento do risco, podendo observar a dificuldade em estabelecer e manter relações interpessoais saudáveis podendo ser um intensificados do desenvolvimento de solidão e isolamento. Dessa forma o papel crucial da rede de apoio que incluem amigos, familiares e profissionais de saúde é crucial para a melhora do paciente, para desempenhar um papel significativo na estabilização emocional e na prevenção de crises. Conclusão: A análise da relação entre transtornos de personalidade e comportamento suicida destaca a urgência de abordagens integradas para a prevenção e intervenção. Os resultados ressaltam a influência significativa dos padrões disfuncionais de relacionamento e da vulnerabilidade emocional, enfatizando a necessidade de terapias específicas, como a TCC e TCD. A promoção de uma rede de apoio sólida e a integração de tratamentos farmacológicos mostram-se cruciais. Em última instância, a compreensão dessa complexa interação é vital para a implementação de estratégias eficazes que visem melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de comportamentos suicidas nesse contexto desafiador da saúde mental.
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