Resumo
Mais de 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia, principalmente nos grandes centros do país. Entre as principais causas para esse problema estão o estresse, ansiedade, hábitos de sono irregulares, estilo de vida e uso de telas (celular, TV etc.) no período noturno. Para o tratamento desse problema, muitos médicos prescrevem o zolpidem para seus pacientes, visto que o medicamento serve para o tratamento desse distúrbio do sono. Essa pesquisa visou avaliar o uso do medicamento zolpidem como um sedativo-hipnótico não benzoadizepínico prescrito para insônia. Para isso foi feito uma pesquisa exploratória, formulado um questionário para levantamento de dados com 12 perguntas e aplicado a 100 pessoas, via formulário, que já fazem uso do zolpidem. Destes participantes, a maioria foram mulheres (72%), a maioria tem entre 25 e 35 anos (36%) e a maioria faz uso do medicamento a mais de 1 ano (58%). A maioria relatou melhoria na qualidade do sono após o uso do medicamento (97%) e a maioria não teve necessidade de aumento da dose do medicamento (75%). Além disso, a maioria raramente esqueceu de administrar o medicamento (76%), a maioria nunca deixou de administrar por melhora dos sintomas (71%) ou por piora (92%) e a maioria nunca administrou o medicamento por conta própria (71%). A maioria administra outro medicamento junto com o zolpidem (80%), a maioria não teve nenhuma reação adversa (74%), a maioria não tentou o desmame do medicamento (80%) e a maioria nunca forneceu comprimidos para pessoas próximas (91%). Conclui-se que o zolpidem é seguro para tratar distúrbios do sono com orientações médicas, devendo ser evitado o uso prolongado para evitar possíveis reações adversas e dependência. Fica evidente a necessidade de avaliação individualizada de cada paciente.
Palavras-chave: 1. Zolpidem. 2. Insônia. 3. Reações adversas. 4. Medicamento. 5. Sono.
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