PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA NEOPLASIA MALÍGNA DE ESTÔMAGO NO BRASIL ENTRE 2017 A 2022
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Palavras-chave

Neoplasia, Maligna, Estômago, saúde pública.

Como Citar

Laurentino, R. N., Ribeiro, A. N., Santos, M. K. A. de A., Leoni, D. R., Vimercati, J. O., Lorencini, V. S., Alves, M. C. Q., & Carolino, S. dos S. (2023). PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA NEOPLASIA MALÍGNA DE ESTÔMAGO NO BRASIL ENTRE 2017 A 2022. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 5(5), 6461–6471. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p6461-6471

Resumo

INTRODUÇÃO: A neoplasia maligna de estômago é o quinto câncer mais comum e a segunda causa mais comum de morte por câncer em todo o mundo. Entretanto, Brasil não tem um protocolo de escaneamento de câncer gástrico, apenas em 2018 o Brasil aprovou um protocolo terapêutico em relação ao câncer de estômago, a mortalidade de câncer gástrico ainda é alto no Brasil em relação à países ricos. Os fatores de risco para a doença incluem infecção por Helicobacter pylori (90%), idade, sexo, fumo, sedentarismo, alto consumo de sal e carnes vermelhas e dietas pobres em frutas e vegetais. Nesse sentido, como já tem-se provado a maior sobrevida em pacientes diagnosticados precocemente com a doença, é nítida a falta de medidas de conscientização da população e rastreio, que são necessárias, principalmente nas regiões mais afetadas. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico da neoplasia maligna de estômago no Brasil entre os anos de 2017 e 2022. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal descritivo, de abordagem quantitativa e qualitativa, baseado na coleta dos dados presentes no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS), hospedado no DATASUS sobre Neoplasia Maligna de Estômago, notificadas no Brasil entre os períodos de janeiro de 2017 e dezembro de 2022. Os dados totalizaram 185.146 casos nesse período. Os indicadores utilizados foram: unidades da federação; gênero; faixa etária; mortalidade; região de ocorrência. Para a revisão de literatura foi pertinente a utilização as bases de dados plataformas SciELO e PubMed. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 10 anos e que apresentassem como foco a descrição das causas, prevenção, tratamento e definição dos problemas que potencializam a prevalência dessa doença na população brasileira. RESULTADOS: De acordo com os dados obtidos, o número de internações por casos de neoplasia maligna de estômago entre os anos de 2017 e 2022 foi de 185.146, sendo na região sudeste a maior incidência, com 77.692 (42%) casos. O sexo masculino apresentou 118.608 (64%) casos e o sexo feminino apresentou cerca de 66.538 (36%). Em relação à etnia, foram 78.110 (42%) casos na população branca e 9.398 (5%) em pretos e pardos. A progressão para óbito foi de 27.260 (15%) no total, cujos indivíduos entre 60 a 69 anos correspondem à maior incidência de mortalidade, com 7.868 casos (28%), tendo a região Norte apresentado uma taxa de mortalidade de 22,82%, maior do que a média nacional (14,72%). CONCLUSÃO: O Câncer de Estômago tem seu principal fator de risco a bactéria Helicobacter Pylori (H. Pylori). Verifica-se que a ocorrência é maior em estados mais populosos e urbanizados, devido a grande população, alimentação inadequada, excesso de sal, falta de fibras, tabagismo e medicamentos. Além disso, há uma defasagem em avaliar o estilo de vida, deixando dúvidas quanto ao efeito protetor ou agravante em relação ao risco de câncer de estômago.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p6461-6471
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