O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS ARBOVIROSES NO BRASIL DE 2017 A 2022: UMA ANÁLISE DO IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19
PDF

Palavras-chave

Pandemia
COVID-19
Infecções por Arbovírus
Perfil Epidemiológico

Como Citar

Araújo Neto, F. J. de, Pinto, A. L. L., De Oliveira, A. M. C., De Sousa, F. R. C., Pinto, Ícaro R. M. P., Farias, L. G. P., Linhares, M. M. O., Melo, M. C., Aguiar Júnior, O. P., Primo, R. S., De Sousa, V. N. V., & De Araújo, L. C. (2023). O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS ARBOVIROSES NO BRASIL DE 2017 A 2022: UMA ANÁLISE DO IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 5(5), 6423–6434. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p6423-6434

Resumo

Introdução: A pandemia da COVID-19 mudou o cenário da saúde pública brasileira, que era marcado pelas arboviroses Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. A necessidade de uma reorganização repentina do sistema de saúde e o medo de contrair a COVID-19 contribuíram para a modificação do perfil epidemiológico de diversas doenças, tendo um possível impacto na distribuição dos arbovírus. Objetivos: Esse estudo busca realizar uma análise do perfil epidemiológico das arboviroses entre os anos de 2017 e 2022, visando entender como ocorreu a distribuição dessas doenças antes e durante a pandemia de Covid-19. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de caráter transversal, analítico, descritivo e quantitativo, que almeja realizar uma investigação epidemiológica retrospectiva, o qual utilizou dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde. Os dados utilizados foram acerca das principais arboviroses que acometem o Brasil. A pesquisa abrange os anos de 2017 a 2022. Resultados: Segundo o presente estudo, no Brasil, entre 2017 e 2022, o ano com maior notificação das arboviroses foi o de 2019. Enquanto isso, os anos de 2017 e 2018 apresentaram a menor notificação de casos dessas doenças. Além disso, a notificação das arboviroses concentrou-se na região Sudeste, a faixa etária mais afetada foi relativa a 20 a 39 anos e houve prevalência de casos em indivíduos do sexo feminino. Conclusões: Destaca-se a redução dos casos nos anos de 2020 e 2021, quando comparados com 2019 e 2022. Essa redução, como diversos estudos apontam, deve-se a uma possível subnotificação. Porém, novos estudos devem ser realizados para elaboração e, consequentemente, teste das hipóteses mais plausíveis acerca da transmissão das arboviroses no período pandêmico para que se efetive uma conclusão plausível a respeito deste tópico.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p6423-6434
PDF

Referências

BARRETO-VIEIRA, D. F. et al. Dengue, Yellow Fever, Zika and Chikungunya epidemic arboviruses in Brazil: ultrastructural aspects. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 115, 2020. DOI 10.1590/0074-02760200278. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0074-02760200278. Acesso em: 20 dez. 2023.

BORRE, F. et al. Impact of the COVID-19 pandemic on infectious diseases in Brazil: A case study on dengue infections. Epidemiolgia (Basel, Switzerland), v. 3, n. 1, p. 97–115, 2022. DOI 10.3390/epidemiologia3010009. Disponível em: https://doi.org/10.3390/epidemiologia3010009. Acesso em: 20 dez. 2023

BRASIL, S. E. Monitoramento dos casos de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes Aegypti (dengue, chikungunya e zika), Semanas Epidemiológicas 1 a 46, 2020. Boletim Epidemiológico| Secretaria de Vigilância em Saúde| Ministério da Saúde, v. 51, n. 28, 2020.

BUERGO, R. Caracterización de pacientes con sospecha clínica de dengue y signos de alarma. Hospital Pediátrico. Cienfuegos, v. 20, p. 81–86, 2022.

CHAVES, T. DO S. S. et al. Yellow fever in Brazil: Epidemiological aspects and implications for travelers. Travel medicine and infectious disease, v. 23, p. 1–3, 2018. DOI 10.1016/j.tmaid.2018.05.001. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.tmaid.2018.05.001. Acesso em: 20 dez. 2023.

DE OLIVEIRA FIGUEIREDO, P. et al. Re-emergence of Yellow Fever in Brazil during 2016–2019: Challenges, lessons learned, and perspectives. Viruses, v. 12, n. 11, p. 1233, 2020. DOI 10.3390/v12111233. Disponível em: https://doi.org/10.3390/v12111233. Acesso em: 20 dez. 2023.

FARIAS, P. C. S. et al. Epidemiological profile of arboviruses in two different scenarios: dengue circulation vs. dengue, chikungunya and Zika co-circulation. BMC infectious diseases, v. 23, n. 1, 2023. DOI 10.1186/s12879-023-08139-6. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12879-023-08139-6. Acesso em: 20 dez. 2023.

FERNANDES, M. DA C. R.; MONTE, W. S. DO; BEZERRA, F. S. B. Evaluation of technological development in health from the occurrence of the zika and chikungunya epidemics in Brazil. Cadernos de saude publica, v. 39, n. 3, p. e00090022, 2023. DOI 10.1590/0102-311xpt090022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311xpt090022. Acesso em: 20 dez. 2023.

GAVA, C. et al. Prevenção e controle da febre amarela: avaliação de ações de vigilância em área indene no Brasil. Cadernos de saude publica, v. 38, n. 1, 2022. DOI 10.1590/0102-311X00000521 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2022000105004. Acesso em: 20 dez. 2023

HARAPAN, H. et al. Dengue: A minireview. Viruses, v. 12, n. 8, p. 829, 2020. DOI 10.3390/v12080829. Disponível em: https://doi.org/10.3390/v12080829. Acesso em: 20 dez. 2023.

HIGUERA, A.; RAMÍREZ, J. D. Molecular epidemiology of dengue, yellow fever, Zika and Chikungunya arboviruses: An update. Acta tropica, v. 190, p. 99–111, 2019. DOI 10.1016/j.actatropica.2018.11.010. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2018.11.010. Acesso em: 20 dez. 2023.

HUANG, Y.-J. S.; HIGGS, S.; VANLANDINGHAM, D. L. Emergence and re-emergence of mosquito-borne arboviruses. Current opinion in virology, v. 34, p. 104–109, 2019. DOI 10.1016/j.coviro.2019.01.001. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.coviro.2019.01.001. Acesso em: 20 dez. 2023.

IOANNIDIS, J. P. A. et al. Massive covidization of research citations and the citation elite. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 119, n. 28, 2022. DOI 10.1073/pnas.2204074119. Disponível em: https://doi.org/10.1073/pnas.2204074119. Acesso em: 20 dez. 2023.

LIMA-CAMARA, T. N. Emerging arboviruses and public health challenges in Brazil. Revista de saude publica, v. 50, n. 0, 2016. DOI 10.1590/s1518-8787.2016050006791. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006791. Acesso em: 20 dez. 2023.

MILBY, K. M. et al. SARS-CoV-2 and arbovirus infection: a rapid systematic review. Sao Paulo Medical Journal, v. 138, n. 6, p. 498–504, 2020. DOI . Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2023.

PAI, M. Covidization of research: what are the risks? Nature medicine, v. 26, n. 8, p. 1159–1159, 2020. DOI 10.1590/1516-3180.2020.0422.08092020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1516-3180.2020.0422.08092020. Acesso em: 20 dez. 2023.

PAVLOVIC, J. M.; PESUT, D. P.; STOSIC, M. B. Influence of the COVID-19 pandemic on the incidence of tuberculosis and influenza. Revista do Instituto de Medicina Tropical de Sao Paulo, v. 63, 2021. DOI 10.1590/S1678-9946202163053. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1678-9946202163053. Acesso em: 20 dez. 2023.

PÉRISSÉ, A. R. S. et al. Zika, dengue and chikungunya population prevalence in Rio de Janeiro city, Brazil, and the importance of seroprevalence studies to estimate the real number of infected individuals. PloS one, v. 15, n. 12, p. e0243239, 2020. DOI 10.1371/journal.pone.0243239.. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0243239. Acesso em: 20 dez. 2023.

POSSAS, C. Zika: what we do and do not know based on the experiences of Brazil. Epidemiology and health, v. 38, p. e2016023, 2016.

SALOMÓN, O. D.; ARIAS, A. R. D. E. The second coming of urban yellow fever in the Americas: looking the past to see the future. Anais da Academia Brasileira de Ciencias, v. 94, n. 2, p. e20201252, 2022. DOI 10.1590/0001-3765202220201252. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0001-3765202220201252. Acesso em: 20 dez. 2023.

SANTOS, L. L. M. et al. Dengue, chikungunya, and Zika virus infections in Latin America and the Caribbean: a systematic review. Revista panamericana de salud publica [Pan American journal of public health], v. 47, p. e34, 2023. DOI 10.26633/rpsp.2023.34. Disponível em: https://doi.org/10.26633/rpsp.2023.34. Acesso em: 20 dez. 2023.

SEGURA, N. A. et al. Minireview: Epidemiological impact of arboviral diseases in Latin American countries, arbovirus-vector interactions and control strategies. Pathogens and disease, v. 79, n. 7, 2021. DOI 10.1093/femspd/ftab043. Disponível em: https://doi.org/10.1093/femspd/ftab043. Acesso em: 20 dez. 2023.

SOUZA-NETO, J. A.; POWELL, J. R.; BONIZZONI, M. Aedes aegypti vector competence studies: A review. Infection, genetics and evolution: journal of molecular epidemiology and evolutionary genetics in infectious diseases, v. 67, p. 191–209, 2019. DOI 10.1016/j.meegid.2018.11.009. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.meegid.2018.11.009. Acesso em: 20 dez. 2023.

WAKIMOTO, M. D. et al. COVID-19 and zoonoses in Brazil: Environmental scan of one health preparedness and response. One health (Amsterdam, Netherlands), v. 14, n. 100400, p. 100400, 2022. DOI 10.1016/j.onehlt.2022.100400. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.onehlt.2022.100400. Acesso em: 20 dez. 2023.

ZANOTTO, P. M. DE A.; LEITE, L. C. DE C. The challenges imposed by dengue, Zika, and Chikungunya to Brazil. Frontiers in immunology, v. 9, 2018. DOI 10.3389/fimmu.2018.01964. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fimmu.2018.01964. Acesso em: 20 dez. 2023.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Francisco Jazon de Araújo Neto, Ana Lyandra Loiola Pinto, Antônio Mateus Craveiro De Oliveira, Frank Robisom Costa De Sousa, Ícaro Rodrigues Mendes Pedrosa Pinto, Luis Gustavo Paiva Farias, Marcelly Maria Oliveira Linhares, Mariana Cunha Melo, Odeon Parente Aguiar Júnior, Rodrigo Satiro Primo, Valdemar Nunes Vieira De Sousa, Lia Cavalcante De Araújo