AVALIAÇÃO DA PRÓPOLIS COMO UM AGENTE TERAPÊUTICO PARA A DOENÇA DE PARKINSON
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Palavras-chave

neuroinflamação
GLP-1, Neuroproteção.
propolis
Doença de Parkinson

Como Citar

Pereira de Sousa Costa, J. V., Blessing Silva, L., Gabrielle Rauber, S., & de Fátima Gonçalves Amâncio, N. (2023). AVALIAÇÃO DA PRÓPOLIS COMO UM AGENTE TERAPÊUTICO PARA A DOENÇA DE PARKINSON . Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 5(5), 5629–5649. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p5629-5649

Resumo

A Doença de Parkinson (DP) é caracterizada pela destruição gradual e mais efetiva das células nervosas dopaminérgicas do sistema nervoso central, o que influencia as emoções, o humor e o sistema motor. Em sua maioria, os fármacos utilizados para tratar a DP acarretam em efeitos colaterais prejudiciais aos portadores da doença. Diante desse cenário, o presente artigo tem como objetivo avaliar o potencial terapêutico da própolis na DP, um produto natural utilizado a séculos na medicina popular e com muitas propriedades medicinais. A importância do estudo fica evidenciada diante o aumento da expectativa de vida mundial, pois o envelhecimento é o fator de risco mais expressivo para a DP, somando-se ao fato da enfermidade não ter uma cura e deteriorar gradativamente a qualidade de vida de seus portadores. A partir deste propósito, foi realizado uma revisão exploratória e integrativa de literatura por meio da estratégia PICO. Foram selecionados 23 artigos para analise final após um levantamento bibliográfico dos últimos 10 anos, nas principais bases de dados. Para tanto, iniciou-se o estudo com a análise da etiologia multifatorial e epidemiológica da DP, que pode estar relacionada ao estresse oxidativo, a neuroinflamação e as anormalidades mitocondrial. Em seguida, foi realizada uma breve descrição do tratamento tradicional da DP e das propriedades farmacológicas da própolis, além da descrição dos seus principais elementos terapêuticos, como os flavonoides (CAPE e crisina). Em suma, a própolis diminuiu a perda neuronal, minimizou reiteradamente a expressão de marcadores inflamatórios, atuou como antioxidante e aprimorou os escores motores/cognitivos dos animais. Agrega-se a essas propriedades, a capacidade neuroprotetora contra a excitotoxidade e a formação de cicatrizes gliais que impedem a reconexão dos axônios. Com as informações obtidas, constatou-se que a própolis é um potencial agente terapêutico para a DP, visando preencher as lacunas que os atuais fármacos destinados a essa função não contemplam, por exemplo a perda de peso e os sintomas cardiovasculares e não motores.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p5629-5649
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