O EFEITO DAS PRÁTICAS DE ACOLHIMENTO NA ADESÃO DOS USUÁRIOS AOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS)

Resumo

A Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como princípios o cuidado integral, a proximidade com o território e a construção de vínculos duradouros entre usuários e profissionais. Nesse cenário, o acolhimento se destaca como prática essencial para garantir acesso qualificado, escuta ativa e atendimento humanizado, conforme preconiza a Política Nacional de Humanização (PNH). O presente estudo discute como as práticas de acolhimento impactam diretamente na adesão dos usuários aos serviços da APS. Evidenciou-se que estratégias baseadas na escuta qualificada, empatia e flexibilidade no atendimento promovem maior vínculo, confiança no serviço e continuidade do cuidado, resultando em maior adesão às condutas terapêuticas. O acolhimento atua não apenas como recepção inicial, mas como eixo estruturante do processo de cuidado, capaz de transformar a experiência do usuário nos serviços de saúde. No entanto, desafios persistem, como a rotatividade de profissionais, a precariedade da infraestrutura e a ausência de formação contínua sobre práticas humanizadas. A recente inclusão da humanização como princípio legal do SUS fortalece a obrigatoriedade do acolhimento como prática ética e estruturante da APS. Diante disso, reforça-se a necessidade de políticas públicas integradas que garantam melhores condições de trabalho, formação permanente e reorganização dos processos assistenciais, assegurando que o acolhimento se concretize como uma prática efetiva e transformadora no cotidiano da atenção primária.