Exercícios multiarticulares e monoarticulares na medicina do esporte: impactos na performance e prevenção de lesões

Resumo

A prescrição de exercícios físicos na medicina do esporte deve considerar a integração de diferentes tipos de movimentos para otimizar o desempenho e reduzir o risco de lesões. Entre os principais recursos utilizados estão os exercícios multiarticulares e monoarticulares, que apresentam funções distintas e complementares. Os primeiros, como agachamentos e levantamentos terra, envolvem múltiplas articulações e grandes grupos musculares, favorecendo ganhos de força global, potência e coordenação intermuscular, além de simular padrões de movimento esportivos, melhorando a eficiência biomecânica e contribuindo para a prevenção de lesões. Por outro lado, os exercícios monoarticulares, como as extensões de joelho e flexões de cotovelo, têm foco no isolamento de músculos específicos, sendo frequentemente utilizados em contextos de reabilitação e correção de desequilíbrios musculares. Este trabalho tem como objetivo destacar a importância da combinação estratégica de exercícios multi e monoarticulares na prática esportiva, visando tanto a melhora da performance quanto a prevenção e recuperação de lesões. A presente análise baseia-se em uma revisão de literatura científica recente sobre os efeitos e aplicações desses dois tipos de exercícios em programas de treinamento esportivo e fisioterapia. Foram considerados estudos que abordam parâmetros de força, estabilidade articular, controle motor e reabilitação funcional. Os dados evidenciam que a combinação equilibrada de exercícios multi e monoarticulares em programas de treinamento é mais eficaz do que a aplicação isolada de apenas um deles. Essa integração promove não apenas ganhos atléticos, mas também estabilidade articular e prevenção de lesões por sobrecarga ou desequilíbrios musculares. Assim, a prescrição individualizada e estratégica desses exercícios constitui um princípio fundamental na prática da medicina esportiva.