Resumo
A Síndrome Metabólica (SM) é caracterizada como um transtorno relacionado à
deposição central de gordura e à resistência insulínica, e possui definição
bastante variável na literatura. Segundo o National Cholesterol Education
Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), a Síndrome Metabólica
representa a combinação de pelo menos três componentes, dentre os seguintes:
Circunferência abdominal > 102 cm em homens e > 88 cm em mulheres,
triglicerídeos ≥ 150 mg/dL, HDL Colesterol <40 mg/dL em homens e <50 mg/dL
em mulheres, pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg e glicemia de jejum
≥ 110 mg/dL. Em concomitância, a Organização Mundial da Saúde define a SM
como a junção de fatores que podem ser alterados, como a resistência à insulina,
pressão arterial elevada, triglicerídeos elevados, colesterol HDL baixo e
obesidade central com IMC > 30. Sabe-se, portanto, que o Brasil tem mais de
700.000 pessoas infectadas pelo HIV, e o número de pacientes em terapia
antirretroviral (TARV) no país dobrou nos últimos 10 anos. Atualmente, há mais
de 300.000 pacientes que estão em uso de Terapia Antirretroviral Altamente
Ativa (HAART). Esse novo cenário proporcionou alterações metabólicas e
toxicidades específicas atreladas ao uso dessa medicação. Essas alterações
metabólicas, com frequência, se enquadram nos critérios para identificar a
presença da síndrome metabólica em pessoas vivendo com HIV.
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