Uso Irracional de Antidepressivos entre os Alunos dos Cursos da Saúde de uma Universidade no Paraná
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Palavras-chave

Automedicação, Depressão, Ansiedade, Uso Racional de Medicamentos.

Como Citar

Ziolkoski Karpstein, M. E., Casagrande, V., Ferreira, A. F., Mecabo, G., & Sackser Horvath, B. (2024). Uso Irracional de Antidepressivos entre os Alunos dos Cursos da Saúde de uma Universidade no Paraná. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(10), 2116–2132. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n10p2116-2132

Resumo

Introdução: A depressão e ansiedade são doenças cada vez mais presentes na sociedade. Entre os acadêmicos, a frequência de ansiedade e depressão demonstrou um aumento significativo de diagnóstico e da prática de automedicação. Metodologia: Trata-se de um levantamento digital com alunos da área da saúde (Biomedicina, Enfermagem, Psicologia e Odontologia) de uma Universidade no Paraná, para avaliar a incidência do uso de antidepressivos, quais as classes mais utilizadas e reações adversas mais comuns entre os estudantes. Resultados e discussão: A pesquisa teve amostra de 557 acadêmicos, 85,6% são do sexo feminino, e 14,4% masculino. Os cursos da área da saúde possuem maior prevalência de desenvolver ansiedade e depressão, principalmente o sexo feminino (Araujo, et al, 2022), isso devido as diferenças anatômicas, fisiológicas e hormonais (Maalof, et al, 2023). Apesar da obrigatoriedade da prescrição médica (Portaria, 344-98), 5,4% (FA: 30) dos participantes alegaram usar por conta própria. Wilkon (2021) mostrou que 21,5% dos entrevistados adquiriram os medicamentos com familiares e, 12,9% sem prescrição médica, evidenciando o aumento da automedicação. Dentre os medicamentos citados pelos participantes, Sertralina é o mais utilizado 19,2% (FA: 107), seguido da Fluoxetina 18,7% (FA: 104) e Clonazepan 12% (FA: 67). Os ISRS são recomendados como tratamento de primeira linha para a depressão, os princípios ativos incluem fluoxetina e sertralina (Lopes, et al, 2024). Em relação as reações adversas dos antidepressivos, insônia (19,2%) e tontura (15,8%) foram as mais incidentes, seguidas de tremor nas mãos (12%), boca seca (11,5%) e ganho de peso (11%). Cerca de 78 participantes iniciaram o uso de antidepressivos durante a graduação, e desses, 47 alunos iniciaram o uso já no primeiro ano. Conclusão: A pesquisa permitiu identificar um número significativo de alunos que já fizeram ou ainda fazem uso de antidepressivos, evidenciando a prevalência desse tipo de medicação no ambiente acadêmico. Além disso, foi constatada uma prática preocupante de automedicação, o que reforça a necessidade de maior conscientização sobre os riscos dessa conduta.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n10p2116-2132
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