Síndrome Metabólica e Risco Cardiovascular: Novas Perspectivas de Prevenção

Resumo

RESUMO
Pesquisas epidemiológicas indicam uma correlação direta entre os elementos da Síndrome Metabólica (SM) e a ocorrência de Doenças Cardiovasculares (DCV). O objetivo deste estudo foi analisar as contribuições das opções terapêuticas disponíveis para a SM que trazem benefícios na modulação do perfil cardiovascular a longo prazo. O protocolo de revisão seguiu as orientações do PRISMA-E 2012 e foi registrado no PROSPERO (Nº CRD42020180215). Os artigos foram selecionados a partir das bases PUBMED e MEDLINE, priorizando ensaios clínicos randomizados publicados a partir de 2010. O viés foi avaliado utilizando a ferramenta da Cochrane Collaboration voltada para a análise do risco de viés. Os resultados de interesse incluíram alterações em um desfecho composto por mortalidade cardiovascular, Infarto Agudo do Miocárdio Não Fatal e Acidente Vascular Encefálico Não Fatal (MACE); mortalidade geral; arritmias; Insuficiência Cardíaca; Doenças Arteriais Coronarianas e mudanças metabólicas que afetam as DCV. Em 32 ensaios clínicos randomizados considerados elegíveis (com um total de 215.936 participantes, cuja média de idade era de 60 anos e o seguimento médio foi de 2,11 anos), identificou-se um impacto significativo relacionado às intervenções estudadas, com pelo menos um resultado de interesse observado. As estratégias demonstraram eficácia na redução de sintomas, avanço e/ou agravamento da SM e na diminuição do risco de MACE (50%); mortalidade geral e hospitalizações devido à IC (31,25%); além de efeitos metabólicos, como perda de peso (53,1%), controle da pressão arterial (34,4%), melhorias no perfil lipídico (47%), resultados compostos renais (6,25%), Circunferência Abdominal (29%), proteína C reativa (6,25%) e hemoglobina glicada (25%); também foram observados efeitos positivos em biomarcadores cardiovasculares (19%), disfunção endotelial (15,6%) e tromboembolismo venoso (3%). Em síntese, conclui-se que os tratamentos recentes para a SM demonstraram uma influência significativa nas DCV, resultando em melhora no prognóstico e na sobrevivência dos pacientes