Abstract
A mandíbula é um osso ímpar, no qual se implantam os dentes inferiores e se articula pelas duas extremidades com os ossos temporais para formar a articulação temporomandibular. Uma das estruturas importantes presentes nestes ossos são os côndilos mandibulares ou também designado de cabeça da mandíbula. O côndilo mandibular varia consideravelmente tanto em tamanho quanto em forma. Quando visto superiormente, o côndilo tem um contorno aproximadamente ovoide e mede de 15 a 20 mm de um lado a outro e 8 a 10 mm no sentido antero-posterior. Observando esta estrutura no sentido antero-posterior, pode-se visualizar quatro formas de apresentação da superfície superior: convexa, plana, inclinada e arredondada. O objetivo do nosso estudo é verificar as formas de apresentação da superfície articular dos côndilos mandibulares e relacionar com o dimorfismo sexual. Para o nosso estudo foram utilizadas 358 mandíbulas secas de adultos, sendo 129 do sexo feminino e 229 do sexo masculino. A amostra está compreendida na faixa etária entre 20 e 85 anos, todos da Região Nordeste do Brasil. O critério de inclusão para este estudo, foi selecionar estes ossos com as estruturas envolvidas intactas e sem patologias aparente. Foi utilizado o método de abordagem indutivo com técnica de observação sistemática e direta para coleta dos dados e procedimento descritivo para análise dos mesmos. Após a coleta dos dados, encontramos quatro tipos de côndilo mandibular com relação a sua superfície superior, que classificamos em: Tipo 1, convexo; Tipo 2, plano; Tipo 3, com inclinação medial ou lateral e Tipo 4, arredondado. Após análise dos dados, foram verificados os seguintes resultados. Com relação a amostra total (n=358), o Tipo 1 foi o mais frequente, aparecendo em 161 mandíbulas (44,97%) seguido do Tipo 3 com 118 (32,96%), o Tipo 2 com 66 (18,44%) e o Tipo 4 encontrado em 13 mandíbulas representando apenas 3,63% dos casos. Com relação ao sexo não houve diferença significativa. Esperamos que mais estudos sejam realizados em nossa população devido à grande miscigenação encontrada em nosso país.
References
DÂNGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e segmentar. 2ª ed. São Paulo: Atheneu; 2007.
FONSECA, R. M. D. F. B. et al. Anatomic variations of mandibular condyles in Brazilian specimens. Journal of Morphological Sciences, v. 35, n. 3, p. 194-197, 2018.
HEGDE, S.; PRAVEEN, B. N.; SHETTY, S.R. Morphological and Radiological Variations of Mandibular Condyles in Health and Diseases: A Systematic Review. Dentistry, v. 3, n.1, p. 1 – 5, 2013.
MADEIRA, M.C.; RIZZOLO, R.J.C. Anatomia facial com fundamentos de Anatomia sistêmica geral. 2ª Ed. São Paulo: Sarvier, 2006.
MOORE, K.L. Anatomia orientada para a clínica. 8 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
SHAIKH et al. Assessment of radiographic morphology of mandibular condyles: a radiographic study. Folia Morphol., vol. 81, n. 2, p. 481-486, 2022.
VALENZUELA, J. J.; NAVARRO, K. K.; URBINA, P. Prevalence of the Bifid Mandibular Condyle and Its Relationship with Pathologies of the Temporomandibular Joint: A Systematic Review and Meta-Analysis. Diagnostics, v. 13, 3282. p.2-19, 2023.
ZENGIN, A.Z.; SUMER, T.; CAM, K. Assessment of temporomandibular joint morphology of bifid mandibular condyles: a cone beam computed tomography study. Folia Morphologica. Publicado on-line: 2025-02-10. https://doi.org/10.5603/fm.104250.
YALE, S. H. et al. Laminagraphic cephalometry in the analysis of mandibular condyle morphology. A preliminary report. Oral Surg Oral Med Oral Path, v. 14, p. 793-805, 1961.

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Sara Gonçalves Barros, Maria Caroline Luz Moura, Lavínia Duarte Feitosa Sampaio, Mariana Braz Alencar Vieira, Eduardo Caldas Freires Carvalho, Luiz Felype Santana Landim, Vinícius Duarte Ferreira Pires Soares, Manuela Andrade Feitosa de Morais Pinheiro, Maria da Glória Clementino Carvalho, Maria Clara Fernandes Bezerra Melo, Erasmo Almeida Junior, Émerson de Oliveira Ferreira