AGENESIA DA PAREDE DORSAL DO SACRO: VARIAÇÕES VERIFICADAS EM UMA COLEÇÃO OSTEOLÓGICA DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

Abstract

A coluna vertebral é um segmento do corpo que apresenta várias alterações morfológicas de suas vértebras, incluindo o sacro. Este segmento é formado pela união das cinco vértebras sacrais e está posicionado na base da coluna vertebral e entre os dois ossos do quadril. Em alguns casos pode haver uma falha na linha mediana da face dorsal, caracterizando o que se chama de agenesia da parede dorsal do sacro. Como resultado dessa falha, as meninges e os nervos espinhais ficam relativamente desprotegidos. De acordo com a literatura, a forma de U invertido é a mais frequente, podendo ser encontrada em 34,83% dos casos. Diante da relevância do tema, nosso objetivo é verificar a prevalência da agenesia da parede dorsal do sacro em uma Coleção Osteológica da Região Nordeste do Brasil e relacionar com o dimorfismo sexual. Para o nosso estudo foram utilizados 396 sacros secos de adultos, sendo 135 do sexo feminino e 261 do sexo masculino. A amostra está compreendida na faixa etária entre 20 e 85 anos, todos da Região Nordeste do Brasil, em especial do Estado de Sergipe. Após a coleta dos dados, verificamos algumas variações com relação a agenesia da parede dorsal do sacro, que classificamos em: Tipo 1, sacro normal, com hiato sacral medindo até 20mm de comprimento; Tipo 2, hiato sacral alongado em forma de U invertido; Tipo 3, hiato sacral alongado em forma de V invertido; Tipo 4, agenesia total da parede dorsal do sacro; Tipo 5, agenesia parcial da parede dorsal do sacro com formato irregular e Tipo 6, ausência do hiato sacral. Com relação a amostra total (n=396) o Tipo 1 foi encontrado em 45,71% dos casos, o Tipo 2 e, 34,60%, o Tipo 3 em 16,41%, o Tipo 5 em 2,27% e o Tipo 6 em apenas 0,76%. Dos 261 sacros masculinos, o Tipo 1 foi encontrado em 42,15% dos casos, o Tipo 2 em 34,15%, o Tipo 3 em 19,54%, o Tipo 4 em 0,38%, o Tipo 5 em 2,68% e o Tipo 6 em 0,77%. Com relação ao sexo feminino, o Tipo 1 foi verificado em 52,59%, o Tipo 2 em 34,80%, o Tipo 3 em 10,38%, o Tipo 4 não foi encontrado, o Tipo 5 em 1,48% e o Tipo 6 em 0,75%. Espera-se que mais estudos sejam realizados sobre este tema em nossa população, devido à grande miscigenação encontrada em nosso país.