Cloasma/Melasma Gestacional: Influências Hormonais, Genéticas e Ambientais

Abstract

O melasma gravídico, também conhecido como cloasma, é uma condição multifatorial na qual as alterações hormonais durante a gestação desempenham um papel central. Níveis elevados de estrogênio, progesterona e hormônio melanócito-estimulante (MSH) contribuem para o aumento da atividade melanogênica, especialmente no segundo e terceiro trimestres da gravidez. A predisposição genética também é um fator relevante, sendo que indivíduos com fototipos cutâneos mais escuros são mais suscetíveis devido à maior atividade basal dos melanócitos. A radiação ultravioleta (UV) é outro fator determinante, pois a exposição solar estimula a produção de melanina e prolonga a hiperpigmentação mesmo após o parto. Por isso, a fotoproteção continua sendo a estratégia mais eficaz na prevenção e no controle do melasma durante a gestação. O uso de protetores solares de amplo espectro e barreiras físicas, como chapéus e óculos escuros, é altamente recomendado. As opções terapêuticas durante a gestação são limitadas devido aos possíveis riscos ao feto. Agentes como hidroquinona e retinoides são contraindicados, enquanto alternativas mais seguras incluem antioxidantes tópicos (como a vitamina C) e agentes despigmentantes suaves, como a niacinamida. No pós-parto, tratamentos mais intensivos podem ser empregados, como a combinação de ácido kójico, ácido azelaico e hidroquinona, frequentemente associados a peelings químicos. A recorrência é comum, exigindo cuidados dermatológicos contínuos e fotoproteção regular para evitar recidivas. Além das implicações estéticas, o melasma gravídico pode afetar significativamente o bem-estar psicológico. Muitas mulheres relatam insatisfação com a própria imagem, o que pode levar a quadros de ansiedade e depressão. Assim, uma abordagem multidisciplinar, envolvendo suporte dermatológico e psicológico, é essencial para garantir um cuidado integral às pacientes acometidas.