Abstract
Introdução: Pesquisas recentes indicam que o tempo excessivo de exposição às telas está associado a alterações no funcionamento cerebral, como mudanças na arquitetura do sono, aumento dos níveis de ansiedade e estresse, déficits na atenção e comprometimento na memória de trabalho. Logo, o presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão abrangente da literatura científica sobre os efeitos do uso excessivo de telas no neurodesenvolvimento de crianças e adolescentes, enfatizando as implicações cognitivas, emocionais e comportamentais dessa prática. Métodos: Este estudo, por meio de uma revisão narrativa da literatura, analisou dados publicados entre 2015 e 2025 sobre o tema proposto. Foram consultadas bases de dados como PubMed, Scopus e Web of Science, utilizando descritores como "Transtornos do Neurodesenvolvimento," "Tecnologia” e "Cognição. Resultados: Os resultados revelaram que o uso excessivo de telas durante as fases da infância e adolescência têm múltiplas repercussões no neurodesenvolvimento, desde alterações na arquitetura do sono e no ciclo circadiano, até uma maior predisposição ao desenvolvimento de transtornos como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtornos do Espectro Autista (TEA). Não obstante, observa-se um risco aumentado de quadros demenciais, bem como do desenvolvimento de obesidade e suas múltiplas complicações. Conclusão: Conclui-se, então, que o equilíbrio entre o uso de telas e as interações com o ambiente físico e social é indispensável para garantir um neurodesenvolvimento saudável e integral. A continuidade das investigações sobre o tema e a disseminação de informações com base científica são fundamentais para orientar práticas e políticas que promovam o bem-estar e o desenvolvimento das futuras gerações.
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