Abstract
Introdução: O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) diz respeito a qualquer dano que afete o crânio e/ou o cérebro. No Brasil, essa condição se destaca como uma significativa causa de adoecimento, gerando altos gastos com saúde e longos períodos de internação hospitalar. O tema de traumas intracranianos em crianças e adolescentes ainda é pouco abordado. Este trabalho busca investigar a epidemiologia do TCE em jovens brasileiros entre os anos de 2012 e 2022. Para isso, foi realizado um estudo descritivo e analítico, que utilizou dados do DATASUS sobre traumas intracranianos em indivíduos de 0 a 19 anos nesse período. Na análise, foram contabilizadas 247.116 internações, com 8.936 óbitos, resultando em uma taxa de mortalidade de 3,61%. O custo médio da internação foi de R$266,30 por dia, com um tempo médio de hospitalização de 4,2 dias. O perfil epidemiológico dos pacientes que sofreram traumáticas cranioencefálicas revela que a maioria são homens pardos, com idades entre 15 e 19 anos, principalmente provenientes da região sudeste do país. A discussão ressalta que a morbidade e a mortalidade são mais pronunciadas entre os jovens dessa faixa etária, devido aos elevados custos relacionados a intervenções cirúrgicas e clínicas, necessárias para o tratamento de infecções ou a drenagem de hematomas intracerebrais. O custo do tratamento após a alta hospitalar é um tópico pouco explorado, embora esteja ligado ao cuidado de sequelas, à prevenção de novas lesões e ao acompanhamento multidisciplinar especializado. Em conclusão, o TCE em jovens é uma questão de grande relevância social, gerando impactos negativos e um número significativo de mortes. Assim, é imprescindível a criação de estratégias preventivas que visem a diminuição desses acidentes traumáticos.References
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