Abstract
A Doença de Chagas, descoberta por Carlos Chagas em 1909, é uma doença tropical negligenciada causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo vetor Triatoma infestans . Inicialmente associada a problemas cardíacos em trabalhadores rurais, a doença progride lentamente e pode levar a complicações graves, incluindo a morte. Desde a década de 1950, o Brasil implementou programas de controle de vetores que reduziram significativamente a prevalência da doença; no entanto, continua sendo um sério problema de saúde pública. Entre 2012 e 2022, 3.219 novos casos foram registrados, com um aumento preocupante nas transmissões orais, principalmente na região amazônica. A Região Norte, a mais afetada, enfrenta desafios significativos relacionados à baixa urbanização e às condições inadequadas de saneamento. A análise dos dados também revela uma alta proporção de casos com modos de transmissão não especificados, ressaltando a necessidade de melhores estratégias de vigilância epidemiológica. Este estudo enfatiza a importância de continuar e intensificar os esforços de controle, bem como adaptar as políticas de saúde às diferentes realidades regionais, para mitigar os impactos contínuos da Doença de Chagas, especialmente entre as populações mais vulneráveis.
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