Abstract
A atresia de esôfago é uma malformação congênita que interrompe o esôfago e frequentemente está associada à fístula traqueoesofágica. Com uma incidência de 1 em cada 2.500 a 4.500 nascidos vivos, a sobrevivência de recém-nascidos com esta condição aumentou para mais de 90% devido a avanços cirúrgicos desde 1939. Classificada em cinco tipos, a anomalia exige uma abordagem cirúrgica adequada baseada no tipo identificado, geralmente diagnosticado pós-natalmente por radiografia e sintomas clínicos. Além da importância do diagnóstico e intervenção precoces, a atresia esofágica muitas vezes se associa a outras malformações congênitas, formando o complexo VACTERL (Vertebral, Anorectal, Cardiac, Tracheoesophageal, Renal, Limb anomalies). O tratamento envolve anastomose esofágica primária ou, em casos complexos, técnicas avançadas como o uso de segmentos intestinais. O seguimento a longo prazo monitora complicações como estenose esofágica e refluxo gastroesofágico, garantindo suporte nutricional adequado. A revisão abrange literatura de 2004 a 2024, explorando aspectos fisiopatológicos, clínicos e estratégias cirúrgicas. A formação do esôfago e traqueia inicia-se na quarta semana de gestação, e falhas neste processo resultam na atresia esofágica. Síndromes como VACTERL e CHARGE frequentemente acompanham a atresia esofágica, complicando o manejo clínico. O diagnóstico, geralmente entre 24 e 48 horas após o nascimento, utiliza radiografias mostrando a sonda parada no esôfago. No tipo mais comum (tipo C), envolvendo fístula entre esôfago distal e traqueia, a cirurgia padrão é a toracotomia ou toracoscopia com anastomose primária. Nos casos de longa distância entre segmentos esofágicos (tipos A e B), técnicas de tração para crescimento esofágico ou substituição por segmentos intestinais podem ser necessárias. Para a atresia tipo H (tipo E), a broncoscopia pré-operatória localiza a fístula antes do reparo cirúrgico. A pesquisa contínua e desenvolvimento de novas técnicas são essenciais para melhorar desfechos clínicos e qualidade de vida dos pacientes. O manejo eficaz requer uma abordagem multidisciplinar e acompanhamento a longo prazo para monitorar possíveis complicações.
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