Resumo
No Brasil, apesar da implementação de políticas afirmativas no SUS que ampliam a acessibilidade à população transgênero na saúde coletiva, os desafios para o acesso universal ainda persistem. Além disso, observa-se lacunas na formação em saúde e de seus profissionais. O objetivo deste trabalho foi analisar as barreiras que transexuais enfrentam no Sistema Único de Saúde (SUS) e reforçar a importância dos profissionais da equipe multiprofissional, incluindo o cirurgião-dentista, adotarem uma abordagem empática e inclusiva para com essas pessoas. Foi realizada uma revisão narrativa da literatura acerca da temática, incluindo as publicações produzidas entre 2013 a 2023. É necessário ressaltar o preconceito e os estigmas de gênero que a população transexual sofre no acesso aos serviços de saúde, incluindo a odontologia oferecida pelo SUS. A falta de capacitação, aliada à estrutura de preconceitos enraizados, dificulta o atendimento empático e inclusivo, facilitando o afastamento e constrangimento dessas pessoas. É evidente que há necessidades de uma reforma social para dar visibilidade ao público transgênero, integrando-os de forma universal, equânime e integral desse público, aproximando-os dos serviços ofertados no SUS garantindo saúde e qualidade de vida.
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