Resumo
A Fibromialgia(FM) é uma patologia crônica, multifatorial e não progressiva diretamente relacionada à percepção da dor descrita pelo paciente ao longo do atendimento clínico, já que a realização e análise de exames físicos, laboratoriais e de imagem, na maioria das vezes, não apresentam alterações ou indicativos de patologias, como inflamações e lesões ou degenerações teciduais, dificultando a conclusão e compreensão do seu diagnóstico. O termo fibromialgia foi cunhado pela primeira vez por uma revisão de Hench em 1976, mas seu reconhecimento como síndrome ocorreu após publicação do trabalho de Yunus et al. em 1981. (HENCH, 1976; YUNUS et al., 1981).
O Colégio Americano de Reumatologia (ACR), no ano de 1990, elaborou critérios de classificação e justificativas para o manejo da FM que foram aceitos pelo meio científico. Tal fato contribuiu muito para a um padronização do diagnóstico fibromiálgico e impulsionou de forma imensamente engajadora os estudos sobre essa doença. (WOLFE et al., 1990)
A caracterização da FM é descrita normalmente por dores exacerbadas e difusas em variadas regiões do corpo, ou seja, uma hipersensibilidade dolorosa, até mesmo ao leve toque, classificada, também, como queixas álgicas, que se manifestam em momentos após traumas ou estresses, como brigas familiares, práticas de atitudes não desejadas pelo paciente, sensações e emoções consideradas prejudiciais à saúde mental e ao bem-estar deste, sendo, muitas vezes, sua expressividade emocional relacionada à recaptação dos neurotransmissores serotonina e a noradrenalina pelo sistema nervoso. (RIBEIRO E PATO, 2004)
Nesse contexto, também observa-se que existe correlação entre outros sinais e sintomas que interferem intensificando o quadro das dores transmitidas pelos neurotransmissores no paciente, como a depressão, a ansiedade, cefaleia, náuseas, distúrbios intestinais, fadigas musculares, insônia e as manias. (HOEFLER E DIAS, 2010)
Um fator bastante relevante para atuar de forma eficiente com a demanda de tratamento para essa síndrome de hipersensibilidade é a empatia e escuta ativa do paciente, já que a ausência de provas para a sua comprovação, é o principal fator que, na maioria das vezes, gera descaso e desvalorização do quadro do paciente, o fazendo retornar em inúmeros momentos a consultas médicas para a busca do diagnóstico e da compreensão do que este realmente sofre.
No contexto atual, existem exames que possibilitam a análise do cérebro em tempo real, observando as interações e o comportamento desse sistema, diante de possíveis fatores de influência, tais medidas, que ainda são inovadoras no âmbito da medicina, e estão corroborando para o auxílio de pacientes com Fibromialgia, ratificando e investigando os sinais neurais que geram a dor relatada pelos pacientes.
Tal dor, em consenso científico, já tem a sua existência associada a situações e emoções que provocam piora das dores da FM e está pode desencadear entraves além dos sintomatológicos, como afastamento social, alteração do sono, cansaço, distúrbios emocionais e instabilidades urinárias e intestinais.
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