Resumo
A intubação orotraqueal e a traqueostomia são procedimentos recorrentes em unidades de terapia intensiva (UTI) sendo assim, é importante conhecer o desfecho da evolução da dieta oral após esses procedimentos. Foi realizado um estudo de coorte quantitativo e qualitativo com dados retrospectivos com informações coletadas por conveniência nas fichas do setor de Nutrição e de Fonoaudiologia do Hospital Regional de Cacoal – RO. O projeto recebeu aprovação do CEP sob o parecer nº6.038.523. Dos 464 pacientes admitidos em um período de 150 dias, 28 foram incluídos no estudo final, sendo 14 homens e 14 mulheres com idades entre 16 e 83 anos, dos quais 22 passaram pela intubação orotraqueal e 6 pela traqueostomia. Ao serem avaliados pela equipe de fonoaudiologia e classificados pela escala de PARD, observou-se que a maioria dos pacientes com algum grau de disfagia tinham idade igual ou superior a 55 anos ou ficaram intubados por pelo menos 7 dias ou realizaram traqueostomia. Quanto a evolução satisfatória da dieta oral, observou-se que aqueles que precisaram de regressão na sua maioria, apresentaram uma perda de massa muscular medida pela circunferência de panturrilha maior que 5%. Conclui-se que a idade, o tempo de intubação e o uso de traqueostomia podem estar associados a incidência de disfagia, também vale ressaltar que a perda de massa muscular apresentou impacto na evolução da dieta oral dos pacientes.
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