PREVALÊNCIA DE ESPONDILITE ANQUILOSANTE SACROILÍACA EM UMA COLEÇÃO OSTEOLÓGICA DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM O DIMORFISMO SEXUAL

Resumo

Um dos segmentos do corpo que apresenta grande variabilidade de suas estruturas são o crânio e a pelve, inclusive sendo muito utilizados no estudo do dimorfismo sexual em Antropologia Forense. A pelve é uma estrutura óssea formada pelos dois ossos do quadril mais o sacro e o cóccix, onde os ossos do quadril se articulam anteriormente entre si por meio da sínfise púbica e posteriormente se articulam com o sacro formando a articulação sacroilíaca. Alterações ósseas podem ser vistas como a perda de equilíbrio entre a formação e a reabsorção, podendo ser por aumento ou redução e podem afetar direta ou indiretamente a morfologia óssea, como no caso da espondilite anquilosante. Diante do exposto, o objetivo do nosso estudo é verificar a prevalência de espondilite sacroilíaca em uma Coleção Osteológica da Região Nordeste do Brasil e relacionar com o dimorfismo sexual. Para o nosso estudo foram utilizadas 200 pelves secas de adultos, sendo 67 do sexo feminino e 133 do sexo masculino. A amostra está compreendida na faixa etária entre 20 e 95 anos, todos da Região Nordeste do Brasil. Foi utilizado o método de abordagem indutivo com técnica de observação sistemática e direta para coleta dos dados e procedimento descritivo para análise dos mesmos. Posteriormente a coleta dos dados, verificamos quatro formas de apresentação de fusão na articulação sacroilíaca: Tipo 1, fusão bilateral; Tipo 2, ausência de fusão dos ossos do quadril com o sacro; Tipo 3, fusão unilateral do lado direito e Tipo 4 com fusão unilateral do lado esquerdo. Após a análise dos dados, obtemos os seguintes resultados. Com relação a amostra total (n=200), a ausência de fusão da articulação sacro ilíaca (Tipo 2) foi mais frequente, sendo encontrada em 191 pelves representando 95,5% dos casos. O Tipo 4 foi encontrado em 2% dos casos, seguido dos Tipos 1 com 1,5% e o Tipo 3 com 1%. Com relação ao sexo, não houve nenhum caso de espondilite anquilosante no sexo feminino. Esperamos que mais estudos sejam realizados em nossa população, devido à grande miscigenação presente no nosso país.