Eficácia do Glutaraldeído como Agente Dessensibilizante no Tratamento da Hipersensibilidade Dentinária

Resumo

A hipersensibilidade dentinária (HD) é uma condição frequente na odontologia, marcada por dor aguda e transitória desencadeada por estímulos térmicos, tácteis, osmóticos ou químicos. Sua fisiopatologia é explicada pela teoria hidrodinâmica de Brännström, segundo a qual o movimento de fluidos nos túbulos dentinários expostos ativa terminações nervosas da polpa, provocando dor. A etiologia da HD é multifatorial, envolvendo fatores como abrasão, erosão, traumas oclusais, dieta ácida, envelhecimento e hábitos parafuncionais, sendo mais comum na região cervical dos dentes. Por impactar a alimentação, a higiene oral e, consequentemente, a qualidade de vida, torna-se um desafio constante na prática clínica. Nesse contexto, este estudo buscou discutir as evidências científicas relacionadas ao uso do glutaraldeído no manejo clínico da hipersensibilidade dentinária por meio de uma revisão bibliográfica descritiva realizada nas bases LILACS, MEDLINE e PubMed, abrangendo publicações entre 2015 e 2025 em português, inglês e espanhol. As evidências apontam que o glutaraldeído, especialmente quando associado ao HEMA em formulações comerciais como Gluma® e DSP Gluhem, promove alívio imediato da dor e obliteração parcial dos túbulos dentinários, mantendo efeito clínico em curto e médio prazo. Além da eficácia, destaca-se pela simplicidade de aplicação e boa aceitação pelos pacientes. Entretanto, estudos indicam que os efeitos podem regredir ao longo do tempo, exigindo reaplicações ou combinações com agentes remineralizantes e lasers. Conclui-se que o glutaraldeído representa uma opção eficaz, prática e segura no manejo da HD, mas deve ser utilizado dentro de protocolos individualizados e baseados em evidências científicas para garantir melhores resultados clínicos.