Resumo
Introdução: A obesidade materna é reconhecida como um fator de risco para diversas complicações durante a gestação, podendo afetar tanto a saúde da gestante quanto o desenvolvimento fetal. O aumento do índice de massa corporal (IMC) antes da gravidez e o ganho de peso excessivo durante o período gestacional estão associados a desfechos adversos, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, parto cesáreo e complicações neonatais, incluindo macrosomia e prematuridade. Objetivo: Esta revisão de literatura teve como objetivo analisar os efeitos da obesidade materna sobre complicações obstétricas e neonatais, evidenciando os principais riscos e implicações clínicas. Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura nas bases de dados PubMed e SciELO, utilizando pelo menos três descritores do DeCS/MeSH: “obesidade materna”, “gravidez” e “resultados da gravidez”, complementados por termos como “complicações obstétricas” e “saúde fetal”. Foram incluídos artigos originais, revisões sistemáticas e meta-análises publicados entre 2000 e 2024, nos idiomas inglês, português e espanhol. Foram excluídos resumos de congressos, duplicatas e estudos sem relação direta com obesidade e gestação. A seleção dos estudos envolveu triagem de títulos e resumos, leitura integral dos textos e extração dos dados relevantes, destacando-se complicações maternas e desfechos neonatais. Discussão: Os achados evidenciam que a obesidade materna está fortemente associada a complicações obstétricas e neonatais, sendo um fator crítico para a morbimortalidade materna e infantil. A literatura aponta a importância de intervenções nutricionais, acompanhamento pré-natal rigoroso e políticas de prevenção para reduzir riscos. Conclusão: A revisão reforça que o controle do peso materno antes e durante a gestação é essencial para a promoção de desfechos maternos e neonatais favoráveis, destacando a necessidade de estratégias preventivas e de acompanhamento clínico adequado.
Referências
Sebire NJ, Jolly M, Harris JP, et al. Maternal obesity and pregnancy outcome: a study of 287,213 pregnancies in London. International Journal of Obesity. 2001;25(8):1175-1182.
Marchi J, Berg M, Dencker A, et al. A review of maternal overweight and obesity and its impact on cardiometabolic outcomes during pregnancy and postpartum. BMC Pregnancy and Childbirth. 2015;15:112.
Huang C, Wang Y, Zhang Y, et al. Influence of maternal body mass index on pregnancy complications and outcomes: a systematic review and meta-analysis. Frontiers in Endocrinology. 2024;15:1280692.
Allen VM, O’Connell CM, Liston RM, Baskett TF. Maternal morbidity associated with cesarean delivery without labor compared with induction of labor at term. Obstetrics & Gynecology. 2003;102(3):477-482
Drehmer M, Duncan BB, Schmidt MI, et al. Índice de massa corporal e ganho de peso gestacional como fatores preditores de complicações e do desfecho da gravidez. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(1):19-26.
Nucci LB, Schmidt MI, Duncan BB, Fuchs SC, Fleck ET. A importância da associação obesidade e gravidez. Revista de Saúde Pública. 2001;35(6):563-570.
Nascimento SL, Surita FG, Cecatti JG. Exercício físico no ganho de peso e resultados perinatais em gestantes com sobrepeso e obesidade: uma revisão sistemática de ensaios clínicos. Cadernos de Saúde Pública. 2011;27(3):407-421.
Drehmer M, Camey S, Nunes MAA, et al. Sobrepeso e obesidade pré-gestacionais: prevalência e desfechos associados à gestação. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(12):523-530.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Livia Suhett Rangel Trigo Cunha, Anna Laura Dan Sanches, Camilly Gomes Gava, Luciana Oliveira Nery, Beatriz Marinho Evaristo Coelho, Ana Julia Costa Mendonça, Isadora Pires Fosse De Souza, Edilani Borges Benevenute, Thaiane Dutra Trigo, Bernardo Reis Scarpe, Laisa De Nadai Pin, Maria Eduarda Cortês Rosa