Palavras-chave
maternidade
saúde mental
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Resumo
A depressão pós-parto (DPP) é uma condição psiquiátrica prevalente, subdiagnosticada e cercada por construções simbólicas que permeiam os discursos médicos e midiáticos. Este estudo objetivou analisar, por meio de revisão narrativa da literatura, como a saúde mental materna é representada nos discursos clínicos e nos meios de comunicação, investigando as implicações dessas representações para o cuidado em saúde. A metodologia envolveu análise crítica de produções acadêmicas selecionadas em bases científicas e repositórios institucionais entre 2015 e 2024. Os resultados indicaram que os discursos médicos tendem a patologizar a experiência materna, enquanto os discursos midiáticos frequentemente romantizam a maternidade, silenciando o sofrimento psíquico. Essa dicotomia compromete o reconhecimento da DPP como um problema de saúde pública e dificulta a busca por cuidado pelas puérperas. A discussão aponta que a escassez de abordagens interdisciplinares, somada à idealização da maternidade, contribui para a negligência da saúde mental perinatal. Assim, é essencial desconstruir estigmas e ampliar a formação dos profissionais de saúde para a escuta qualificada, bem como incentivar representações midiáticas mais realistas e educativas. A articulação entre saberes biomédicos e sociais é fundamental para consolidar políticas públicas que contemplem o sofrimento materno de forma ética e eficaz.
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