TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE: UM PANORAMA ATUAL E SEUS DESAFIOS DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS

Resumo

Os Transtornos de Personalidade (TP) representam um desafio significativo para a saúde mental, caracterizados por padrões inflexíveis e duradouros de comportamento e experiência interna que comprometem o funcionamento psicossocial do indivíduo.  Sua prevalência é substancial, afetando uma parcela significativa da população e frequentemente coexistindo com outros transtornos mentais, aumentando a complexidade do quadro clínico. O diagnóstico de TP apresenta dificuldades inerentes. A ausência de marcadores biológicos objetivos torna a avaliação dependente de critérios clínicos, baseados em observação comportamental e relato do paciente,  levando a uma subjetividade e variabilidade na prática clínica.  A comorbidade com outros transtornos, como depressão e ansiedade, dificulta o diagnóstico diferencial e exige uma avaliação abrangente e integrada.  Além disso, fatores culturais e contextuais podem influenciar a expressão dos sintomas e a interpretação dos critérios diagnósticos, impactando a precisão do diagnóstico. As abordagens terapêuticas para TP são diversas e a escolha do tratamento ideal depende de uma avaliação individualizada, considerando a natureza específica do transtorno, as características do paciente e seus recursos.  A psicoterapia, incluindo abordagens cognitivo-comportamentais, psicodinâmicas e dialéticas comportamentais, demonstra eficácia na modificação de padrões de pensamento e comportamento disfuncionais.  A farmacoterapia pode ser útil no manejo de sintomas comórbidos, como ansiedade e depressão, mas seu impacto direto nos traços de personalidade é limitado. Apesar dos avanços na compreensão dos TP, pesquisas futuras são necessárias para desenvolver ferramentas diagnósticas mais precisas, incluindo biomarcadores objetivos e escalas de avaliação mais robustas.  Investigações sobre a base neurobiológica e genética dos TP são cruciais para elucidar os mecanismos patofisiológicos envolvidos e para desenvolver estratégias terapêuticas mais eficazes e personalizadas. A integração de diferentes abordagens terapêuticas, combinando psicoterapia e farmacoterapia, se mostra promissora para alcançar melhores resultados.  Por fim, a conscientização e a redução do estigma associado aos TP são essenciais para melhorar o acesso a serviços de saúde e promover a qualidade de vida dos indivíduos afetados.