Resumo
Introdução: A reemergência da Mpx (Monkeypox) em 2022 representou um novo desafio para a saúde pública global. Embora anteriormente restrita a regiões africanas, a disseminação internacional do vírus evidenciou a necessidade de uma resposta multiprofissional, incluindo a odontologia, devido às manifestações orais precoces da doença. Objetivo: Discutir as manifestações orais da mpx, destacando suas implicações clínicas para o diagnóstico e o manejo odontológico durante surtos virais no Brasil. Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa da literatura científica recente, com foco em publicações entre 2012 e 2023, além de documentos de órgãos oficiais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Foram incluídas fontes que abordam aspectos virológicos, clínicos e odontológicos da Mpx. Resultados: A Mpx apresenta quatro fases clínicas, sendo que a fase de erupção cutânea mucosa inclui úlceras orais dolorosas, frequentemente entre os primeiros sinais da infecção. Essas manifestações podem auxiliar no diagnóstico precoce. O manejo odontológico exige medidas específicas de biossegurança, triagem criteriosa, adiamento de procedimentos eletivos e tratamento sintomático local. A literatura também aponta a importância de um atendimento ético e livre de estigmas. Conclusão: As manifestações orais da Mpx são relevantes clinicamente e podem contribuir para a identificação precoce da doença. O cirurgião-dentista deve estar preparado para reconhecer essas lesões, adotar medidas de prevenção e oferecer um atendimento seguro, ético e humanizado, fortalecendo o papel da odontologia na vigilância em saúde e no enfrentamento de surtos infecciosos.
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