DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA HANSENÍASE NO BRASIL
797-820

Palavras-chave

Hanseníase
Diagnóstico Precoce
Vigilância Epidemiológica
Atenção Primária à Saúde

Como Citar

Ventura de Souza, S., & Santos , R. S. dos. (2025). DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA HANSENÍASE NO BRASIL: CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM PARA A VIGILÂNCIA E CONTROLE EPIDEMIOLÓGICO . Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(5), 797–820. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n5p797-820

Resumo

Introdução: diagnóstico tardio, que resultam em incapacidades físicas graves. A identificação precoce da doença é crucial para interromper sua cadeia de transmissão, sendo a atenção primária à saúde fundamental nesse processo. Os profissionais de enfermagem desempenham papel central na vigilância e controle da hanseníase, embora enfrentem diversos obstáculos no cotidiano das unidades de saúde. Objetivo: Investigar os desafios contemporâneos no diagnóstico precoce da hanseníase no Brasil e examinar o papel dos profissionais de enfermagem na promoção da saúde e no controle epidemiológico dessa doença. Metodologia: A pesquisa adotou uma abordagem exploratória e qualitativo-descritiva, com revisão bibliográfica de literatura entre 2020 e 2025. Foram consultadas três bases de dados principais: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e Google Scholar. Foram analisados 689 artigos, sendo 483 no Google Scholar, 154 na BVS, 52 no PubMed, Foram excluídos 645 artigos, resultando em 44 artigos utilizados na construção da revisão. Resultados: A análise evidenciou que os principais obstáculos para o diagnóstico precoce são a dificuldade de reconhecimento dos sinais clínicos pelos profissionais, a falta de capacitação contínua, a rotatividade das equipes e o estigma social. Além disso, a sobrecarga nos serviços e a baixa cobertura das estratégias de busca ativa contribuem para a subnotificação. Conclusão: O diagnóstico precoce da hanseníase no Brasil enfrenta diversos desafios, necessitando de ações interdisciplinares e reestruturação do sistema de saúde. A capacitação contínua dos profissionais da atenção primária e a implementação de estratégias eficazes de busca ativa, como campanhas de conscientização e triagem sistemática, são fundamentais. O fortalecimento da vigilância e a redução do estigma social também são essenciais para melhorar o controle da doença

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n5p797-820
797-820

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