Resumo
Em Anatomia, variação anatômica é um desvio da morfologia normal de um órgão ou estrutura de um indivíduo que não traz prejuízo à função, podendo ocorrer interna ou externamente. Um dos segmentos do corpo que apresenta grande variabilidade de suas estruturas é o crânio, inclusive sendo muito utilizado no estudo do dimorfismo sexual em Antropologia Forense. Uma das estruturas importantes da base do crânio é o forame condilar posterior, localizado posteriormente aos côndilos occipitais, sendo considerado o maior forame emissário da fossa craniana posterior e podem se apresentar como bilaterais, unilaterais ou completamente ausentes, podendo estas variações representarem um risco potencial para cirurgiões e radiologistas durante o diagnóstico. O objetivo do nosso estudo é verificar as formas de apresentação dos forames condilares posteriores em crânios secos de adultos e sua relação com o dimorfismo sexual. Para o nosso estudo foram utilizados 338 crânios, sendo 135 do sexo feminino e 203 do sexo masculino. A amostra está compreendida na faixa etária entre 20 e 95 anos, todos da Região Nordeste do Brasil. Após avaliação de todos os crânios, foram encontradas quatro formas de apresentação do forame condilar posterior, classificados em: Tipo 1, presente bilateral; Tipo 2, ausente bilateralmente; Tipo 3, unilateral direito e Tipo 4, unilateral esquerdo. De acordo com nosso estudo, verificamos os seguintes resultados. Com relação a amostra total (n=338), verificamos que o Tipo 1 foi encontrado em 148 crânios, representando 43,8% dos casos. Em 79 crânios (23,38%) encontramos o Tipo 2. O Tipo 3, foi verificado em 61 crânios, representando 18,03% dos casos estudados e o Tipo 4 esteve presente em 50 crânios com 14,79% de frequência. Com relação ao sexo, não houve diferença significativa entre masculinos e femininos. Espera-se que mais estudos sejam realizados em nossa população, devido à grande miscigenação encontrada em nosso país.
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