Hemorragia Intracerebral Espontânea: Avanços no Manejo Clínico e Cirúrgico
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Palavras-chave

Acidente Vascular Cerebral
National Institute of Neurological Disorders and Stroke
Hemorragia Cerebral

Como Citar

Cabellino, L. F., Cazotti Thiengo, P. G., Krofke Dias Llivi Ibanez Junior, W., Nóbrega de Lima Júnior , A., Almeida de Souza, F., De Steffani Miranda , M. G., Moreira da Silva Júnior, W., Gonçalves Maitan , A., & Maciel dos Santos, J. G. (2025). Hemorragia Intracerebral Espontânea: Avanços no Manejo Clínico e Cirúrgico. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(4), 750–758. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n4p750-758

Resumo

A hemorragia intracerebral espontânea (HIC) representa um desafio terapêutico complexo, que envolve fatores clínicos, cirúrgicos e tecnológicos. O manejo inicial concentra-se na estabilização do paciente, com ênfase no controle da pressão arterial e na correção de coagulopatias. Evidências sugerem que a redução rápida da pressão arterial pode limitar a expansão do hematoma, embora o alvo ideal ainda seja controverso. A intervenção cirúrgica é indicada em casos selecionados, sendo a craniotomia descompressiva tradicionalmente utilizada para hematomas volumosos e sinais de hipertensão intracraniana. No entanto, preocupações com danos cerebrais adicionais têm impulsionado o interesse por técnicas minimamente invasivas, como a aspiração estereotáxica e a trombólise intraventricular assistida por neuroendoscopia. Avanços na neurocirurgia robótica possibilitaram maior precisão na evacuação do hematoma, com mínima manipulação do tecido cerebral. Sistemas robóticos guiados por imagem em tempo real demonstram potencial para reduzir complicações intraoperatórias e melhorar os desfechos de recuperação. Paralelamente às inovações cirúrgicas, estratégias farmacológicas emergentes buscam tratar a lesão cerebral secundária, atuando sobre a neuroinflamação e o estresse oxidativo — processos-chave na fisiopatologia da HIC. Terapias experimentais têm como foco a modulação da resposta inflamatória e o suporte à regeneração neuronal. Outra abordagem promissora envolve o uso de hidrogéis bioativos, que facilitam a reabsorção do coágulo e promovem a reparação tecidual, reduzindo a toxicidade local e restaurando a função neural. Embora ainda em fase experimental, esses biomateriais podem revolucionar o tratamento futuro da HIC. A medicina personalizada também vem ganhando espaço, com modelos de inteligência artificial e aprendizado de máquina auxiliando na tomada de decisão clínica ao prever desfechos dos pacientes. Apesar dos avanços significativos, a HIC continua associada a alta mortalidade e sequelas neurológicas, o que reforça a necessidade de estratégias de reabilitação mais eficazes. Equipes multidisciplinares e protocolos baseados em evidências são essenciais para melhorar os resultados clínicos. Em última análise, a combinação de terapias farmacológicas, técnicas cirúrgicas menos invasivas e tecnologias emergentes oferece uma mudança promissora de paradigma no tratamento da hemorragia intracerebral espontânea.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n4p750-758
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Copyright (c) 2025 Luíza Fricks Cabellino, Pedro Gabriel Cazotti Thiengo, Wilson Krofke Dias Llivi Ibanez Junior, Altimar Nóbrega de Lima Júnior , Fernanda Almeida de Souza, Maria Gabriela De Steffani Miranda , William Moreira da Silva Júnior, Anabele Gonçalves Maitan , José Gustavo Maciel dos Santos

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