Microbioma Nasal e suas Implicações na Saúde e Doença: Novas Perspectivas para Prevenção e Tratamento de Condições Otorrinolaringológicas
PDF

Palavras-chave

Microbioma nasal
Disbiose
Modulação terapêutica
Otorrinolaringologia

Como Citar

Gonçalves Capitani, G., Malachias de Andrade Bergamo, F., Alves Correia, E., Aprigio Zanotto, G., & Dossena, C. (2025). Microbioma Nasal e suas Implicações na Saúde e Doença: Novas Perspectivas para Prevenção e Tratamento de Condições Otorrinolaringológicas. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(4), 66–79. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n4p66-79

Resumo

INTRODUÇÃO: O microbioma nasal, composto por bactérias como Corynebacterium e Staphylococcus, desempenha papel crucial na saúde otorrinolaringológica, atuando na homeostase e prevenção de doenças. Estudos associam disbiose a condições como rinite alérgica e rinossinusite crônica, destacando a influência de antibióticos e fatores ambientais. Terapias moduladoras, como probióticos e transplante de microbiota, emergem como estratégias promissoras para restabelecer o equilíbrio microbiano. A compreensão dessas interações abre caminho para tratamentos inovadores, incluindo o uso de microrganismos antagonistas contra patógenos. OBJETIVOS: Esta revisão busca compilar e analisar a atual literatura disponível, oferecendo uma visão geral das interconexões entre o microbioma nasal, o estado de saúde do hospedeiro e as diversas condições patológicas que afetam as vias respiratórias superiores. Assim, existe um apelo crescente para que os pesquisadores enfoquem suas investigações nas dinâmicas do microbioma nasal, promovendo um futuro onde a modulação da microbiota possa ser parte integrante de práticas de saúde pública voltadas para a prevenção e tratamento de doenças respiratórias. METODOLOGIA: Esta revisão sistemática seguiu as diretrizes PRISMA para avaliar o papel do microbioma nasal nas doenças otorrinolaringológicas. Realizou-se busca sistemática (2019-2024) em PubMed/MEDLINE, Scopus e Web of Science, utilizando termos MeSH e critérios PICOS. Dois revisores independentes selecionaram estudos observacionais, ensaios clínicos e meta-análises, avaliando qualidade metodológica com ferramentas validadas (Newcastle-Ottawa, Cochrane). Os dados extraídos foram sintetizados narrativamente, focando em padrões microbianos e intervenções terapêuticas emergentes, garantindo rigor metodológico e relevância clínica. CONCLUSÃO: Esta revisão evidencia o papel crucial do microbioma nasal na saúde otorrinolaringológica, relacionando disbiose a doenças como rinite alérgica e rinossinusite crônica. A diversidade microbiana adequada mostra efeitos protetores, enquanto alterações predispõem a inflamações e infecções. Terapias moduladoras (probióticos, transplante de microbiota) e técnicas ômicas emergem como estratégias promissoras, porém exigem validação clínica. Conclui-se que a manipulação dirigida do microbioma nasal oferece novas perspectivas para prevenção e tratamento, demandando pesquisas adicionais para estabelecer protocolos eficazes e seguros.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n4p66-79
PDF

Referências

COLE, A. et al. Identification of nasal gammaproteobacteria with potent activity against staphylococcus aureus: novel insights into the "noncarrier" state. Msphere, v. 6, n. 1, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1128/msphere.01015-20.

KIM, H. et al. Compositional alterations of the nasal microbiome and staphylococcus aureus-characterized dysbiosis in the nasal mucosa of patients with allergic rhinitis. Clinical and Experimental Otorhinolaryngology, v. 15, n. 4, p. 335-345, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.21053/ceo.2021.01928.

KONOVALOVAS, A. et al. Human nasal microbiota shifts in healthy and chronic respiratory disease conditions. BMC Microbiology, v. 24, n. 1, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12866-024-03294-5.

LIANG, Y. et al. Identification of host-microbiome interactions in nasal diseases using multiomics integration. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.21203/rs.3.rs-4962429/v1.

LOPERFIDO, A. et al. The impact of antibiotics and steroids on the nasal microbiome in patients with chronic rhinosinusitis: a systematic review according to pico criteria. Journal of Personalized Medicine, v. 13, n. 11, p. 1583, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.3390/jpm13111583.

MÅRTENSSON, A. et al. Upper airway microbiome transplantation for patients with chronic rhinosinusitis. International Forum of Allergy & Rhinology, v. 13, n. 6, p. 979-988, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1002/alr.23122.

NADVORNIK, C. et al. Effect of antibiotic eye drops on the nasal microbiome in healthy subjects—a pilot study. Antibiotics, v. 12, n. 3, p. 517, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.3390/antibiotics12030517.

ZHAO, Y. et al. Predicting the recurrence of chronic rhinosinusitis with nasal polyps using nasal microbiota. Allergy, v. 77, n. 2, p. 540-549, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1111/all.15168.

ADOLF, L.; HEILBRONNER, S. Nutritional interactions between bacterial species colonising the human nasal cavity: current knowledge and future prospects. Metabolites, v. 12, n. 6, p. 489, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.3390/metabo12060489.

BENDER, M. et al. A comparison of the bacterial nasal microbiome in allergic rhinitis patients before and after immunotherapy. The Laryngoscope, v. 130, n. 12, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1002/lary.28599.

CHEN, M. et al. Nasal bacterial microbiome differs between healthy controls and those with asthma and allergic rhinitis. Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, v. 12, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fcimb.2022.841995.

FAZLOLLAHI, M. et al. The nasal microbiome in asthma. Journal of Allergy and Clinical Immunology, v. 142, n. 3, p. 834-843.e2, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jaci.2018.02.020.

HAO, Y. et al. Comparison of respiratory microbiomes in influenza versus other respiratory infections: systematic review and analysis. International Journal of Molecular Sciences, v. 26, n. 2, p. 778, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.3390/ijms26020778.

HARRASS, S.; YI, C.; CHEN, H. Chronic rhinosinusitis and alzheimer's disease—a possible role for the nasal microbiome in causing neurodegeneration in the elderly. International Journal of Molecular Sciences, v. 22, n. 20, p. 11207, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.3390/ijms222011207.

KIM, Y. et al. Antibiotic-dependent relationships between nasal microbiome and secreted proteome in chronic rhinosinusitis and nasal polyps. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1101/2020.04.26.060764.

KASK, O. et al. Environmental exposures influence nasal microbiome composition in a longitudinal study of division I collegiate athletes. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1101/2020.02.13.946475.

KONOVALOVAS, A. et al. Human nasal microbiota shifts in healthy and chronic respiratory disease conditions. BMC Microbiology, v. 24, n. 1, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12866-024-03294-5.

KUMPITSCH, C. et al. The microbiome of the upper respiratory tract in health and disease. BMC Biology, v. 17, n. 1, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12915-019-0703-z.

LIANG, Y. et al. Identification of host-microbiome interactions in nasal diseases using multiomics integration. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.21203/rs.3.rs-4962429/v1.

LIANG, Y. et al. Predicting nasal diseases based on microbiota relationship network. Science Progress, v. 108, n. 1, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1177/00368504251320832.

WANG, Y. et al. Characterization of dysbiosis of the conjunctival microbiome and nasal microbiome associated with allergic rhinoconjunctivitis and allergic rhinitis. Frontiers in Immunology, v. 14, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fimmu.2023.1079154.

WANG, Z. et al. Host-microbe interactions in the nasal cavity of dogs with chronic idiopathic rhinitis. Frontiers in Veterinary Science, v. 11, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fvets.2024.1385471.

ZHOU, X. et al. Longitudinal profiling of the microbiome at four body sites reveals core stability and individualized dynamics during health and disease. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1101/2024.02.01.577565.

ANDRADE, D. et al. Tratamento cirúrgico da otite média secretora na população infantil: uma revisão sistemática. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 2, p. e69301, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.34119/bjhrv7n2-469.

ARAÚJO-MELO, M. et al. Alterações otorrinolaringológicas na síndrome da apneia obstrutiva do sono. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 15, n. 1, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.12957/rhupe.2016.22360.

BARROS, R. et al. Avanços na compreensão e tratamento das doenças autoimunes. Contribuciones a Las Ciencias Sociales, v. 17, n. 5, p. e6704, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.55905/revconv.17n.5-061.

BICALHO, C. et al. A importância da avaliação otorrinolaringológica de pacientes com mucopolissacaridose. Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia, v. 15, n. 3, p. 290-294, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1809-48722011000300004.

COELHO, M. et al. Condições de luz e temperatura na germinação de sementes de algodão do campo [cochlospermum regium (schrank) pilger - bixaceae]. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, v. 5, n. 2, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.5216/rbn.v5i2.9814.

LISBÔA, E. et al. Aplicação de um modelo multicriterial para auxiliar a seleção de tecnologias de tratamento de águas residuais em zonas urbanas. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 4, p. 20739-20768, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.34117/bjdv6n4-303.

MIGOT, I.; NUNES, L.; FIGUEIREDO, T. As principais manifestações otorrinolaringológicas encontradas nos pacientes soropositivos no oeste da bahia. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 23, n. 9, p. e13847, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.25248/reas.e13847.2023.

RUIZ, H.; BORGES, G.; JORGE, J. Miíase otológica. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, v. 20, n. 4, p. 238-240, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.23925/1984-4840.2018v20i4a11.

SANTOS, L.; PAIVA, T.; SILVA, F. Microrganismos encontrados no sistema de lodos ativados aplicado ao tratamento do licor negro. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5151/chemeng-cobeq2014-1024-21524-141359.

SILVA, C.; ARAÚJO, V.; SOARES, P. Sensibilidade dental e clareamento: uma revisão de literatura. RSC, v. 7, n. 1, p. 5663-5674, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.61411/rsc202487817.

SILVA, D.; CAMPOS, J. Exames laboratoriais em procedimentos estéticos: a relevância dos exames para prevenir complicações. Revista Saúde dos Vales, v. 12, n. 1, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.61164/rsv.v12i1.3065.

VIDOR, V. et al. Uma revisão sistemática do uso da lactoferrina em dermatologia. Archives of Health, v. 5, n. 3, p. e2143, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.46919/archv5n3espec-453.

VILELA, A. et al. Prevalência e desfecho da tuberculose no estado de Goiás. Research Society and Development, v. 10, n. 11, p. e556101119869, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19869.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2025 Giulia Gonçalves Capitani, Fernando Malachias de Andrade Bergamo, Eric Alves Correia, Gilberto Aprigio Zanotto, Carolina Dossena

Downloads

Não há dados estatísticos.