Insuficiência ovariana prematura: fatores causais e uma revisão da literatura
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Palavras-chave

insuficiência ovariana prematura
medicina regenerativa
terapia gênica

Como Citar

Gondim Bernardino, A. J., Cruz, V. D., Siqueira, M. B., Rebouças, A. A. dos S., Vasconcelos, M. G., de Carvalho, F. C. C. A., Biazati, E. L., Muricy, M. C., Pozzer, Y. M. P., Araújo, J. C., de Lira, L. Y. B., Silva, L. C., & Busatta, E. B. (2025). Insuficiência ovariana prematura: fatores causais e uma revisão da literatura. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(4), 759–767. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n4p759-767

Resumo

A Insuficiência Ovariana Prematura (IOP) é uma condição endocrinometabólica caracterizada pelo esgotamento prematuro da reserva folicular ovariana antes dos 40 anos, acometendo aproximadamente 1% das mulheres em idade reprodutiva. As intervenções terapêuticas convencionais, como a terapia de reposição hormonal (TRH), atenuam os sintomas do hipoestrogenismo e reduzem o risco de comorbidades associadas, como osteoporose e doenças cardiovasculares, mas não promovem a restauração da gametogênese ou da esteroidogênese ovariana. No contexto das terapias avançadas, a terapia gênica emerge como uma abordagem inovadora para corrigir mutações patogênicas associadas à IOP, restaurando a função ovariana por meio da edição ou inserção de sequências gênicas específicas. Estudos pré-clínicos em modelos murinos demonstraram a viabilidade da reprogramação genética na modulação da função gonadal, embora desafios relacionados à vetorização, biodistribuição e controle da expressão gênica ainda representem barreiras para a translação clínica. Paralelamente, a medicina regenerativa tem sido amplamente investigada, com enfoque no potencial terapêutico das células-tronco mesenquimais (CTMs). Evidências sugerem que as CTMs, por meio de mecanismos parácrinos e interações com o microambiente ovariano, promovem a neoangiogênese, a restauração do nicho folicular e a recuperação da função endócrina e reprodutiva. Ensaios clínicos preliminares indicam melhora na resposta ovariana, porém aspectos como a imunogenicidade, o risco de tumorigenicidade e a padronização dos protocolos de cultivo e administração requerem investigação adicional. Assim, embora as terapias gênicas e celulares ofereçam novas perspectivas terapêuticas para a IOP, sua implementação clínica demanda estudos translacionais robustos para validar sua segurança, eficácia e viabilidade a longo prazo.

 

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n4p759-767
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Copyright (c) 2025 Ana Júlia Gondim Bernardino, Vanessa Duarte Cruz, Mariana Brito Siqueira, Aldízio Adam dos Santos Rebouças, Myrian Goes Vasconcelos, Flávia Cristina Cantidio Aranha de Carvalho, Elaine Largura Biazati, Matheus Cavalcante Muricy, Yanca Marina Pereira Pozzer, Juliana Claudia Araújo, Lucas Yuri Batista de Lira, Lorena Cunha Silva, Emanuel Bazanella Busatta

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