Efeitos da Microbiota Intestinal na Regulação Glicêmica em Diabetes Tipo 2: Uma Revisão de literatura

Resumo

Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma condição metabólica caracterizada por resistência à insulina e disfunção na regulação glicêmica. A microbiota intestinal é um fator crucial na compreensão dos mecanismos que influenciam o metabolismo e o controle do DM2, através da homeostase da glicose, inflamação de baixo grau e sinalização insulínica. Portanto, explorar as interações entre os perfis microbianos, a dieta e as intervenções terapêuticas que permeiam o eixo intestino-metabolismo é crucial. Objetivo: Objetiva-se revisar a influência da microbiota intestinal na regulação glicêmica em indivíduos com DM2, destacando os principais mecanismos envolvidos, fatores moduladores e as implicações clínicas para o manejo da doença. Metodologia: Este estudo configura-se como uma revisão bibliográfica qualitativa e exploratória. A seleção dos artigos foi realizada na base de dados PubMed, utilizando os descritores "Glycemic Control", "Diabetes Mellitus, Type 2" e "Gastrointestinal Microbiome", combinados pelo operador booleano "AND". Foram considerados estudos entre 2014 e 2024, em inglês, com texto completo disponível e relevância para o tema. Excluíram-se estudos com modelos animais, artigos duplicados e fora do escopo. A busca inicial resultou em 39 artigos, dos quais 05 foram selecionados para análise aprofundada. Resultados: A microbiota intestinal desempenha papel crucial na fisiopatologia do DM2, influenciando a resistência à insulina e a inflamação crônica. A redução da diversidade microbiana e a predominância de certas bactérias estão associadas à piora metabólica, enquanto uma microbiota equilibrada pode melhorar o controle glicêmico. Dietas saudáveis, como a mediterrânea e ricas em fibras, favorecem a produção de AGCCs, que auxiliam na homeostase glicêmica. Probióticos e prebióticos podem modular positivamente a microbiota. Conclusão: A microbiota intestinal exerce papel crucial na homeostase glicêmica do DM2, influenciando diretamente a regulação da glicose. A disbiose agrava a resistência à insulina e a inflamação, contribuindo para o descontrole metabólico. Estratégias como aumento da ingestão de fibras e uso de probióticos apresentam potencial terapêutico, favorecendo o equilíbrio microbiano e a qualidade de vida dos indivíduos.