Palavras-chave
Covid-19
Brasil
Epidemiologia
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Resumo
Os transtornos do humor, incluindo depressão maior e transtorno bipolar, representam um grave problema de saúde pública, impactando milhões de pessoas no Brasil e no mundo. A pandemia de COVID-19 agravou essa situação, aumentando fatores de risco como isolamento social, insegurança econômica e luto. Este estudo visa analisar a evolução das notificações desses transtornos no Brasil entre 2017 e 2023, considerando o impacto da pandemia e as diferenças por faixa etária e sexo. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo-analítico baseado em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), obtidos via DATASUS. Foram analisadas notificações de transtornos do humor no período de 2017 a 2023, categorizadas por faixa etária e sexo. Como se trata de dados de domínio público, não houve necessidade de aprovação por comitê de ética, conforme a Resolução CNS nº 510/2016. Foram notificados 3.214 casos de transtornos do humor no Brasil entre 2017 e 2023. O número de notificações aumentou 40,8% no período, de 488 casos em 2017 para 687 em 2023. A maioria dos casos foi registrada em indivíduos acima de 30 anos (85,1%), seguidos por jovens de 15 a 29 anos (14,7%). Além disso, as mulheres representaram 70,5% das notificações, indicando uma predominância significativa do sexo feminino. Os achados sugerem um impacto substancial da pandemia na incidência de transtornos do humor, especialmente entre jovens e mulheres. O isolamento social, as incertezas financeiras e o aumento do uso de redes sociais podem ter contribuído para esse crescimento. As diferenças entre os sexos corroboram estudos prévios que apontam fatores biológicos e socioculturais como determinantes da maior vulnerabilidade das mulheres. Os dados reforçam a necessidade de fortalecer as políticas públicas voltadas à saúde mental, incluindo maior acesso a serviços especializados e programas de prevenção. Além disso, novas pesquisas são fundamentais para monitorar a evolução dos transtornos do humor no Brasil e avaliar a eficácia das estratégias implementadas.
Referências
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