Resumo
Atualmente, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) se constituem um grave problema de saúde pública mundial e favorecem para a elevação das taxas de mortalidade, hospitalizações e diminuição da qualidade de vida. O diabetes mellitus (DM) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) estão entre as DCNT mais prevalentes e são o principal fator de risco para as doenças do aparelho circulatório, seu tratamento envolvem o controle da glicose e pressão arterial, além de modificações nos hábitos alimentares e estilo de vida. Este estudo tem como objetivo analisar a prevalência das internações hospitalares tendo como causa a hipertensão arterial e o diabetes mellitus em idosos residentes da região nordeste do Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo transversal, descritivo, quantitativo e retrospectivo das internações de idosos por hipertensão arterial e diabetes mellitus na região Nordeste do Brasil, no período de 2019 a 2022. As informações foram obtidas por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis selecionadas para análise foram: internações, região, ano, sexo, valor dos serviços hospitalares e óbitos. Para tabulação e análise dos dados utilizou-se o programa Microsoft Office Excel (Microsoft©, 2013). Durante os anos de 2019 a 2022 foram registrados 368.516 mil registros de pacientes apresentando quadro de hipertensão e diabetes, no Brasil, sendo que o Nordeste possui maior número de internações por DM e HAS, 35% (n=132.527), seguido da região Sudeste com 33% (n=33%) e Sul com 13%. A faixa etária de 60 a 69 anos possui maior prevalência de casos para as duas morbidades, sendo que HAS apresenta 39,8% e DM 47%. Prevalência de internações por hipertensão essencial foi maior nos estados do Maranhão e Bahia, com 42,9% e 28,8%, respectivamente. Com relação ao diabetes, a Bahia possui maior prevalência de internações, com 27,2%, enquanto que o Maranhão apresenta 24,1%. O sexo feminino apresentou o maior número de registros de hospitalizações por ambas as doenças, correspondendo a 52,4% para diagnostico de diabetes mellitus e 59,2% para hipertensão essencial. Foram registradas 6.877 mortes, sendo que a Bahia apresenta maior número registro para ambas as doenças. Os resultados obtidos com este estudo são capazes de auxiliar no planejamento de ações em saúde, visando à promoção da saúde e a prevenção de agravos, direcionadas aos idosos, na região Nordeste e no estado da Bahia, que demonstraram serem mais propensos ao desenvolvimento de DCNT.
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