Resumo
A reconstrução óssea maxilar desempenha um papel fundamental na reabilitação oral de pacientes com perda óssea severa, possibilitando a colocação segura e bem-sucedida de implantes dentários. Para isso, diferentes materiais têm sido utilizados, cada um com suas próprias vantagens e desafios. Os enxertos ósseos autógenos, obtidos do próprio corpo do paciente, são amplamente reconhecidos por sua alta capacidade de integração, enquanto os biomateriais sintéticos surgem como alternativas promissoras, reduzindo a necessidade de um segundo procedimento cirúrgico. Este estudo teve como objetivo revisar a literatura e comparar a eficácia dessas duas abordagens na reconstrução óssea maxilar, analisando as taxas de sucesso clínico e a sobrevivência a longo prazo dos implantes. Para isso, foram consultados artigos científicos de bases de dados indexadas, incluindo ensaios clínicos, revisões sistemáticas e meta-análises que avaliaram os desfechos clínicos de cada material. Os resultados indicam que os enxertos autógenos continuam sendo o padrão-ouro, pois possuem propriedades que promovem uma regeneração óssea mais eficaz. No entanto, seu uso pode apresentar desafios, como a necessidade de um segundo sítio cirúrgico para a obtenção do enxerto e a possibilidade de reabsorção óssea. Por outro lado, os biomateriais sintéticos, como a hidroxiapatita e o fosfato de cálcio, oferecem uma abordagem menos invasiva e demonstram potencial osteocondutor, tornando-se ainda mais eficazes quando combinados com fatores de crescimento. Portanto, a escolha dos materiais deve levar em consideração as condições individuais de cada paciente, a disponibilidade óssea e o planejamento clínico. Ambos os métodos apresentam resultados positivos, mas são necessários mais estudos para aprimorar as técnicas e aumentar a previsibilidade da reconstrução óssea maxilar, garantindo maior sucesso e durabilidade a longo prazo dos implantes dentários.
Referências
CHATELET, M.; AFOTA, F.; SAVOLDELLI, C. Review of bone graft and implant survival rate: a comparison between autogenous bone block versus guided bone regeneration. Journal of Stomatology, Oral and Maxillofacial Surgery, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jormas.2021.04.009.
STARCH-JENSEN, T. et al. A systematic review and meta-analysis of long-term studies (five or more years) assessing maxillary sinus floor augmentation. International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 47, n. 1, p. 103-116, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ijom.2017.05.001.
RAPONE, B. et al. Long-term outcomes of implants placed in maxillary sinus floor augmentation with porous fluorohydroxyapatite (Algipore® FRIOS®) in comparison with anorganic bovine bone (Bio-Oss®) and platelet rich plasma (PRP): A retrospective study. Journal of Clinical Medicine, v. 11, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.3390/jcm11092491.
RICKERT, D. et al. Maxillary sinus lift with solely autogenous bone compared to a combination of autogenous bone and growth factors or (solely) bone substitutes. A systematic review. International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 41, n. 2, p. 160-167, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ijom.2011.10.001.
DEL FABBRO, M. et al. Systematic review of survival rates for implants placed in the grafted maxillary sinus. The International Journal of Periodontics & Restorative Dentistry, v. 24, n. 6, p. 565-577, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1016/J.PROSDENT.2005.04.024.
JENSEN, T. et al. Maxillary sinus floor augmentation with Bio-Oss or Bio-Oss mixed with autogenous bone as graft: a systematic review. Clinical Oral Implants Research, v. 23, n. 3, p. 263-273, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1600-0501.2011.02168.x.
JAMCOSKI, V. et al. 15-Year retrospective study on the success rate of maxillary sinus augmentation and implants: influence of bone substitute type, presurgical bone height, and membrane perforation during sinus lift. BioMed Research International, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1155/2023/9144661.
GALINDO-MORENO, P. et al. Maxillary sinus floor augmentation comparing bovine versus porcine bone xenografts mixed with autogenous bone graft: a split‐mouth randomized controlled trial. Clinical Oral Implants Research, v. 33, p. 524-536, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1111/clr.13912.
STARCH-JENSEN, T. et al. Maxillary sinus floor augmentation with synthetic bone substitutes compared with other grafting materials: a systematic review and meta-analysis. Implant Dentistry, v. 27, p. 363-374, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1097/ID.0000000000000768.
KELLER, E.; TOLMAN, D.; ECKERT, S. Maxillary antral-nasal inlay autogenous bone graft reconstruction of compromised maxilla: a 12-year retrospective study. The International Journal of Oral & Maxillofacial Implants, v. 14, n. 5, p. 707-721, 1999.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Luara Bela Rocha Gomes, Élida Lúcia Ferreira Assunção, Patriciah Dal Moro, Bruno Gabriel Cunha Mantovani, Urias Silva Vasconcelos