Resumo
Este artigo revisa a literatura atual sobre a monitorização da pressão intracraniana (PIC) em pacientes com traumatismo cranioencefálico (TCE) grave, destacando sua influência nos estágios clínicos. O TCE é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, e o monitoramento da PIC tem sido uma estratégia importante para prevenir lesões secundárias, especialmente a mortalidade em casos específicos. Estudos revisados sugerem que o monitoramento pode ajudar na identificação precoce de complicações e na otimização de intervenções neurocirúrgicas, embora haja controvérsias sobre seu impacto na recuperação funcional e na qualidade de vida. Além disso, a variabilidade na adoção dessa prática entre diferentes centros hospitalares aponta para a necessidade de diretrizes mais padronizadas. A análise crítica das evidências mostra que, apesar de sua disponibilidade no manejo intensivo do TCE grave, ainda há incertezas quanto à real efetividade do PIC na melhoria dos resultados funcionais a longo prazo. Recomenda-se a realização de ensaios clínicos multicêntricos futuros para elucidar melhor seu papel na prática clínica.
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