Transição epidemiológica das doenças do trato digestivo no Brasil no período 2001-2023
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Palavras-chave

Transição Epidemiológica
Infecções do trato digestivo
Neoplasias do trato digestivo

Como Citar

Bruno Higashi, Apollo Nobre Torres, Isabela Prado Dias, Camila Martins Pereira, & Arthur Feliciano Marques. (2025). Transição epidemiológica das doenças do trato digestivo no Brasil no período 2001-2023. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(1), 2059–2072. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n1p2059-2072

Resumo

Introdução: A transição epidemiológica é caracterizada pela mudança dos padrões de enfermidades ao longo do tempo, passando do predomínio de doenças infecciosas para um predomínio de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo do trabalho foi avaliar a transição epidemiológica das doenças digestivas no Brasil nas duas últimas décadas e as diferenças regionais nessa transição. Métodos: Trata-se de estudo do tipo ecológico temporal com dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). Foram analisados o Brasil e as cinco regiões brasileiras no período de 2001 a 2023. A amostra estudada foi composta pelos óbitos por doenças infecciosas, não infecciosas e neoplasias, todas relativas ao trato digestivo. Resultados: Houve uma associação estatística significativa (p<0,01) entre os dados de evolução da taxa de mortalidade das doenças digestivas infecciosas e as doenças digestivas não infecciosas/neoplasias digestivas. A correlação de Pearson foi moderada e negativa para a associação entre doenças digestivas infecciosas e não infecciosas (-0,616) e entre doenças digestivas infecciosas e neoplasias digestivas (-0,696), demonstrando que realmente está ocorrendo a inversão epidemiológica, com o crescimento de mortes por doenças crônicas e a redução de óbitos por doenças infecciosas. Entretanto, essa transição está mais lenta para as regiões Norte e Nordeste, com elevadas taxas de mortalidade para doenças infecciosas digestivas. Conclusão: As diferenças regionais na evolução das doenças digestivas infecciosas, não infecciosas e neoplásicas mostraram que ainda é preciso adaptar as políticas públicas de saúde para as especificidades sanitárias de cada região do país. 

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n1p2059-2072
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