Resumo
Introdução: As neoplasias cutâneas raras, como o melanoma acral e o carcinoma de células de Merkel, representam desafios significativos no campo da oncologia devido à sua agressividade e baixa incidência. Alterações em proto-oncogenes, como BRAF, KIT e NRAS no melanoma acral, e PIK3CA no carcinoma de células de Merkel, têm papel central na transformação maligna e progressão tumoral. Essas mutações levam à ativação de vias de sinalização como MAPK e PI3K/AKT, que promovem proliferação celular, resistência à apoptose e aumento da angiogênese, contribuindo para o comportamento clínico agressivo dessas neoplasias. Objetivos: Explorar o impacto das alterações em proto-oncogenes no desenvolvimento, progressão e resistência ao tratamento de neoplasias cutâneas raras, com ênfase nos mecanismos moleculares subjacentes e nas abordagens terapêuticas. Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática, abrangendo artigos publicados em português, inglês e espanhol entre 2020 e 2025. As bases de dados consultadas foram PubMed, SciELO e o Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando descritores relacionados aos proto-oncogenes e às neoplasias estudadas. Resultados: A análise dos artigos revelou que as mutações nos proto-oncogenes desempenham papel crucial na biologia dessas neoplasias, impactando diretamente sua agressividade e resistência ao tratamento. No melanoma acral, as mutações nos genes BRAF e KIT destacam-se como alvos terapêuticos promissores, enquanto no carcinoma de células de Merkel, a ativação do gene PIK3CA, frequentemente associada ao poliomavírus de Merkel, apresenta implicações prognósticas importantes. Estudos recentes reforçam a necessidade de abordagens personalizadas baseadas no perfil molecular dos tumores. Conclusões: As alterações em proto-oncogenes representam não apenas marcadores biológicos de grande relevância, mas também potenciais alvos terapêuticos para neoplasias cutâneas raras. Apesar das limitações no diagnóstico e tratamento dessas condições, avanços na compreensão dos mecanismos moleculares subjacentes podem abrir novas perspectivas terapêuticas, contribuindo para melhor controle e prognóstico.
Referências
Johnson DB, et al. Challenges in the diagnosis and treatment of rare cutaneous malignancies. Dermatol Ther. 2021;34(4):e14901.
Wu Y, et al. Multidisciplinary approaches in the management of rare skin tumors. J Clin Oncol. 2022;40(12):1357-64.
Bradford PT, et al. Distinct characteristics of acral melanoma: A review. JAMA Dermatol. 2023;159(3):345-53.
Li Y, et al. The clinical spectrum of acral melanoma and its management. Oncol Lett. 2020;20(6):2115-24.
Martínez R, et al. Educational campaigns for early detection of melanoma: Effectiveness and outcomes. Dermatol Online J. 2024;30(1):e1205.
Smith B, Doe A. Merkel cell carcinoma and its association with viral infection. J Natl Cancer Inst. 2021;113(7):889-97.
Tanaka T, et al. Innovations in treatment strategies for Merkel cell carcinoma. Cancer Treat Rev. 2025;104:102455.
Zhou H, et al. Preventive strategies for virus-associated Merkel cell carcinoma. Int J Cancer. 2024;155(8):1407-15.
Huang L, et al. Proto-oncogenes in cutaneous malignancies: Implications for targeted therapy. Cell Biol Int. 2021;45(2):345-56.
Garcia R, et al. Molecular insights into acral melanoma: Biomarkers and therapeutic targets. Mol Cancer Res. 2022;20(4):572-80.
Kim J, et al. The role of genetic and molecular studies in rare skin cancers. Genomics. 2025;117(2):301-15.
Rodriguez C, et al. Subgroup-specific mutations in acral melanoma and therapeutic implications. Cancer Res. 2023;83(5):1021-31.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Pedro Fechine Honorato, Paloma de Carvalho Freitas , Douglas Segadilha Prado , Livia Dalla Bernardina , Marina Perez Molan, Bruna Peixoto Mariano , Matheus Buissa Ribeiro de Freitas , Pedro Henrique Moura Teixeira