A neurociência da empatia: fatores genéticos, neuroquímicos e intervenções em transtornos mentais

Resumo

A empatia é uma habilidade fundamental para a construção e manutenção de relações interpessoais, permitindo aos indivíduos compreender e compartilhar as emoções dos outros. Esta revisão narrativa examina os mecanismos biológicos subjacentes à empatia, com foco nos fatores genéticos, neuroquímicos e nas intervenções terapêuticas voltadas a transtornos mentais que apresentam déficits nessa capacidade. Os genes OXTR, COMT e SLC6A4 exercem impacto significativo sobre a variabilidade individual da empatia e interagem com fatores ambientais, o que sugere um modelo complexo de hereditariedade. No campo neuroquímico, são analisados os mecanismos que regulam a empatia, com ênfase nas funções da oxitocina, dopamina e serotonina. Esses neurotransmissores atuam de forma interdependente e constituem alvos promissores para intervenções farmacológicas. Em relação às intervenções terapêuticas, as abordagens analisadas incluem o uso de oxitocina exógena, moduladores dopaminérgicos, terapias psicossociais, práticas de mindfulness e técnicas de neuromodulação, como a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) e a estimulação magnética transcraniana (TMS). Essas intervenções apresentam potencial para aprimorar a empatia e favorecer a integração social de indivíduos com déficits nesse aspecto, embora os resultados dependam de variações individuais e do contexto terapêutico. Dessa forma, a neurociência da empatia oferece uma base sólida para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas mais precisas e personalizadas, contribuindo para uma compreensão mais abrangente dos fatores biológicos que sustentam essa capacidade. A continuidade das pesquisas nesse campo emergente promete avanços significativos na promoção do bem-estar psicológico e na melhoria da qualidade de vida de indivíduos com transtornos que afetam a empatia.