Resumo
Este artigo tem por objetivo analisar a distribuição e tendência dos casos de hanseníase no estado do Rio Grande do Norte, Brasil, entre 2013 e 2023. Foi realizado um estudo descritivo baseado em dados secundários obtidos na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram realizadas análises descritivas, com frequências absolutas e relativas, e identificação de tendências utilizando o software Microsoft Excel®. Entre 2013 e 2023, foram registrados 2.906 casos de hanseníase no Rio Grande do Norte, com uma redução média anual significativa (p<0,05). A maior prevalência foi em homens (55,1%) e adultos de meia-idade (40-59 anos, 38,88%), seguidos por idosos (≥ 60 anos, 31,17%). Crianças e adolescentes (<20 anos) representaram apenas 8,36% dos casos. Os municípios com maior número de notificações foram Mossoró (869 casos, 29,9%), Natal (370 casos, 12,7%) e Parnamirim (124 casos, 4,26%), enquanto 68 municípios apresentaram 1 a 5 casos e 24 não registraram nenhum caso no período analisado. Em relação à forma clínica, a mais prevalente foi a dimorfa (31,5%), seguida pelas formas tuberculóide (24%) e virchowiana (23,7%). Notificações indeterminadas ou com informações ignoradas representaram 15,9% do total. Conclui-se uma tendência de redução nos casos de hanseníase no estado, apesar da persistência de disparidades regionais. A maior incidência em homens e idosos destaca a importância de estratégias direcionadas para o diagnóstico precoce e tratamento nesses grupos, especialmente em municípios com elevada carga da doença.
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