SURGICAL EVALUATION OF A PREGNANT PATIENT WITH CLINICAL SIGNS OF APPENDICITIS

Resumo

A apendicite aguda representa um desafio diagnóstico e terapêutico em gestantes, uma vez que os sinais e sintomas clássicos podem ser mascarados pelas alterações fisiológicas da gravidez. A demora no diagnóstico e tratamento pode levar a complicações graves, como peritonite e sepse, tanto para a mãe quanto para o feto. A avaliação cirúrgica, por sua vez, é fundamental para a confirmação diagnóstica e o tratamento definitivo da apendicite aguda nessa população. No entanto, a gestação impõe desafios adicionais à tomada de decisão, como a escolha do tipo de anestesia, a técnica cirúrgica e o momento ideal para a intervenção. Diante desse contexto, a presente revisão sistemática visa analisar a literatura científica sobre a avaliação cirúrgica de pacientes gestantes com sinais clínicos de apendicite, buscando identificar as melhores práticas e evidências para a tomada de decisão clínica. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática foi identificar e sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre a avaliação cirúrgica de pacientes gestantes com suspeita de apendicite aguda, com o intuito de auxiliar os profissionais de saúde na tomada de decisão clínica e no aprimoramento do cuidado a essas pacientes. Metodologia: A revisão sistemática foi conduzida de acordo com as recomendações da declaração PRISMA. Foram utilizadas as bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science para a busca de artigos publicados nos últimos 10 anos. Os descritores utilizados na busca foram: "appendicitis", "pregnancy", "surgical management", "diagnostic imaging" e "complications". Foram incluídos estudos originais que avaliaram mulheres gestantes com diagnóstico de apendicite aguda, descrevendo a avaliação pré-operatória, o tipo de cirurgia realizada, as complicações e os resultados maternos e fetais. Foram excluídos estudos de revisão, relatos de caso, estudos com delineamento metodológico inadequado e aqueles que não atenderam aos critérios de inclusão. Resultados: A busca nas bases de dados resultou em 11 artigos, dos quais foram selecionados aqueles que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Os resultados da revisão demonstraram que a apendicite aguda durante a gestação representa um desafio diagnóstico, uma vez que os sinais e sintomas clássicos podem ser atípicos ou mascarados pelas alterações fisiológicas da gravidez. A tomografia computadorizada (TC) emergiu como o exame de imagem mais preciso para o diagnóstico da apendicite aguda nessa população, embora seu uso seja controverso devido à exposição à radiação. A laparoscopia tem sido cada vez mais utilizada como abordagem cirúrgica para a apendicite aguda em gestantes, oferecendo menor trauma cirúrgico e menor tempo de recuperação. No entanto, a apendicectomia aberta ainda é indicada em alguns casos, como em gestações avançadas ou em casos de apendicite perfurada. As complicações maternas e fetais mais frequentes após a apendicectomia em gestantes incluem infecção da ferida operatória, abscesso intra-abdominal e parto prematuro. Conclusão: A apendicite aguda durante a gestação representa um desafio diagnóstico e terapêutico. A avaliação cirúrgica é fundamental para a confirmação diagnóstica e o tratamento definitivo da doença. A tomografia computadorizada é o exame de imagem mais preciso para o diagnóstico, mas seu uso deve ser ponderado devido à exposição à radiação. A laparoscopia tem se mostrado uma opção segura e eficaz para o tratamento da apendicite aguda em gestantes. No entanto, a escolha da abordagem cirúrgica deve ser individualizada e baseada nas características de cada paciente e na experiência do cirurgião. É fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais e sintomas da apendicite aguda em gestantes e iniciem o tratamento de forma precoce para evitar complicações.