Resumo
A deficiência de vitamina A, também chamada de hipovitaminose A, é resultado de uma longa alimentação escassa de alimentos fonte e também em decorrência de distúrbios e doenças do trato gastrointestinal que afetam a absorção de gorduras e o armazenamento da vitamina. A hipovitaminose A reflete principalmente na saúde ocular, podendo ocasionar problemas como xeroftalmia (ressecamento da superfície externa dos olhos), cegueira noturna (dificuldade de enxergar em ambientes pouco luminosos), queratinização das células epiteliais, que provoca a hiperqueratose folicular, atraso no crescimento, enfraquecimento do sistema imune e infertilidade. A literatura cientifica atualmente disponibiliza pouca informação no que se refere aos inúmeros aspectos da hipovitaminose A no cenário brasileiro, além disso, é escasso os trabalhos que utilizam a análise dos registros de relatórios públicos. Dessa forma, considera-se importante analisar o perfil das internações atuais de indivíduos com deficiência de vitamina A. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo transversal, descritivo com abordagem quantitativa das internações de hipovitaminose A registradas no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS). A análise baseou-se no número de internações a partir das variáveis: ano de processamento 2015 a 2022, região, sexo, faixa etária, cor/raça e óbito. Para analisar e criar tabelas e gráficos, utilizou-se o software Microsoft Office Excel ®, associado a cálculos de frequência absoluta e relativa. Entre os anos de 2015 e 2022, foram registradas 169 internações por deficiência de vitamina A, no Brasil. O Nordeste lidera as internações com 44,3% dos casos, seguido do Sudeste (34,3%), Centro-oeste (8,8%), Norte (7,6%) e Sul (4,7%). Os idosos na faixa etária acima dos 60 anos apresentam 17,7%, seguido da faixa etária 70-79 anos e 50-59 anos, com 17,1% e 15,9%, respectivamente. Com relação aos óbitos, observou-se que as regiões Nordeste e Sudeste registraram valores equivalente, ambas representando 2,3%. o grupo dos idosos, assim como o das gestantes e pré-escolares, deve ser considerado como um grupo de alta vulnerabilidade nutricional. Sendo assim, faz-se necessário estratégias de educação em saúde para ampliação e construção dos conhecimentos sobre a alimentação e as necessidades nutricionais envolvidas no processo de envelhecimento da população.
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