Resumo
Introdução: A Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é uma emergência cardiovascular caracterizada pela instabilidade da placa aterosclerótica e subsequente redução abrupta do fluxo sanguíneo coronariano, levando a isquemia miocárdica. O manejo da SCA evoluiu significativamente nas últimas décadas, incorporando abordagens farmacológicas e intervenções percutâneas para melhorar os desfechos clínicos. Esta revisão busca discutir as principais estratégias terapêuticas, desde a terapia farmacológica até a intervenção coronariana percutânea (ICP), avaliando as evidências que sustentam cada modalidade. Metodologia: Foi realizada uma busca abrangente nas bases de dados PubMed, Scopus e Embase, utilizando os descritores "Síndrome Coronariana Aguda", "Terapia Farmacológica" e "Intervenção Coronária Percutânea". Foram incluídos estudos randomizados, revisões sistemáticas e diretrizes publicadas nos últimos 10 anos. Os artigos foram selecionados com base em sua relevância clínica e metodológica, abordando tanto o manejo inicial quanto o tratamento definitivo da SCA. Discussão: O manejo inicial da SCA é focado na estabilização do paciente e prevenção de eventos isquêmicos adicionais. A terapia antiplaquetária dupla (TAPD), com aspirina e inibidores do receptor P2Y12, como clopidogrel, ticagrelor ou prasugrel, é a base do tratamento farmacológico, demonstrando redução significativa na mortalidade e complicações trombóticas. Anticoagulantes, como heparina ou enoxaparina, também são amplamente utilizados para prevenir a formação de trombos. A intervenção coronariana percutânea (ICP) é indicada para pacientes com infarto com supradesnível do segmento ST (IAMCST) e para aqueles com infarto sem supradesnível do ST (IAMSSST) de alto risco, visando a revascularização da artéria ocluída. Estudos como o TRITON-TIMI 38 e PLATO ressaltam a importância da ICP associada à terapia farmacológica para redução dos desfechos adversos. Além disso, a revascularização precoce mostrou-se eficaz na redução da mortalidade a longo prazo em comparação à terapia conservadora. Conclusão: O manejo da Síndrome Coronariana Aguda exige uma abordagem integrada que combine estratégias farmacológicas e intervenções invasivas, como a ICP, para otimizar os resultados clínicos. A terapia antiplaquetária dupla e o uso de anticoagulantes são fundamentais para o controle inicial da doença, enquanto a intervenção coronariana percutânea desempenha um papel crucial na revascularização de pacientes de alto risco. O desenvolvimento contínuo de terapias e técnicas de ICP tem potencial para melhorar ainda mais os desfechos em pacientes com SCA.
Referências
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