Resumo
Os medicamentos desempenham papel central na prática odontológica, sendo indispensáveis para o manejo da dor, o tratamento de infecções e a recuperação pós-cirúrgica. A integração da terapêutica medicamentosa aos tratamentos clínicos melhora os resultados e promove maior conforto para os pacientes.Um dos principais desafios na odontologia é a interação medicamentosa, que ocorre quando substâncias ingeridas pelo paciente – como medicamentos (antibióticos, antidepressivos), produtos naturais (plantas medicinais) ou substâncias de uso diário (álcool, tabaco) – afetam a eficácia de fármacos utilizados no consultório. Essa interação pode potencializar, modificar ou até anular os efeitos de anestésicos com vasoconstritores e outros medicamentos, aumentando os riscos durante o tratamento odontológico. Com o aumento do uso de medicamentos pela população, os cirurgiões-dentistas enfrentam a necessidade de uma anamnese detalhada para identificar o histórico do paciente e prevenir complicações. Esse cuidado é ainda mais crítico em pacientes com comorbidades, que utilizam diversos fármacos, elevando o risco de interações perigosas. Além disso, o profissional precisa estar preparado para lidar com situações de emergência causadas por essas interações.A prescrição medicamentosa deve ser realizada de forma responsável, considerando os efeitos desejados, possíveis efeitos adversos, contraindicações e interações medicamentosas. Para isso, o dentista deve possuir amplo conhecimento em farmacologia e compreender as particularidades de cada paciente. A adoção de práticas seguras e baseadas em evidências contribui para a eficácia do tratamento e para a segurança dos pacientes. Dessa forma, a terapia medicamentosa não é apenas uma ferramenta auxiliar, mas um pilar essencial para o sucesso das práticas clínicas odontológicas.
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