Resumo
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) representam um dos maiores desafios para a saúde pública no Brasil, impactando negativamente a qualidade de vida da população e sobrecarregando o sistema de saúde. O estudo é de natureza ecológica quantitativa e descritiva, com abordagem transversal, realizado com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) sobre casos de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Obesidade e Diabetes, registrados em Patos de Minas (MG) e Minas Gerais como um todo, entre 2020 e 2024. Observou-se variáveis como sexo, idade, raça/cor, mortalidade e internações. Em 2017, 8,8% da população mundial (424,9 milhões) vivia com diabetes, com projeção de 628,6 milhões em 2045. Em Patos de Minas (2020-2024), o diabetes foi responsável por 374 internações, 83,7% das DCNTs analisadas; em Minas Gerais, 78.972 internações (77,97%). As internações por hipertensão foram 62 em Patos e 18.354 em Minas, com prevalência feminina. Já a obesidade registrou 11 internações em Patos e 4.481 em Minas, predominando entre mulheres de 30-39 anos. O diabetes foi a DCNT com maior mortalidade em Patos de Minas, enquanto a hipertensão teve 441 óbitos em Minas Gerais. Internações refletem desigualdades raciais e socioeconômicas, predominando indivíduos pardos em Minas Gerais. A prevenção pode reduzir complicações. Esses dados indicam a urgência de políticas públicas voltadas para ampliar o acesso à prevenção e ao tratamento precoce, especialmente nos grupos mais vulneráveis.
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