Resumo
A hérnia é definida como uma protrusão anormal de órgão ou tecido causada por um defeito nas paredes circundantes, sendo comum na região inguinal. Seu diagnóstico pode ser desafiador, pois muitas vezes é assintomático. A área vulnerável para seu surgimento é o espaço miopectíneo de Fruchaud, delimitado por músculos e estruturas ligamentares, o que torna frequente a ocorrência de hérnias abdominais, principalmente as inguinais diretas e indiretas.Cirurgias de correção de hérnia inguinal são comuns no mundo, sendo indicadas com urgência em casos de complicação, como estrangulamento. O estudo analisou internações por hérnia inguinal no Brasil entre 2019 e 2023, com dados do SIH/DATASUS, para identificar padrões epidemiológicos e discutir fatores associados às hospitalizações. Houve 691.957 internações no período, com o ano de 2023 registrando o maior número (28,37%). A região Sudeste apresentou a maior concentração de casos (39,26%), e a região Norte, a menor (8,66%). A maioria dos atendimentos ocorreu em caráter de urgência (88,46%). Internações foram mais comuns em indivíduos de 60 a 69 anos (20,51%) e no sexo masculino (86,13%). A raça parda foi a mais frequente entre os casos (46,09%), embora dados incompletos sobre cor/raça dificultam uma análise mais precisa. Foram registrados 1.474 óbitos no período, com pico em 2022 e 2023. Esses resultados indicam a importância de diagnósticos rápidos e tratamentos eficazes para evitar complicações graves. O estudo reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à prevenção e ao acesso ao tratamento, especialmente para populações mais vulneráveis. Assim, ele contribui para o planejamento de ações de saúde pública que melhorem a assistência e reduzam a mortalidade relacionada à hérnia inguinal no Brasil.
Referências
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