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Resumo
A prevenção quaternária representa um conceito fundamental no enfrentamento da crescente medicalização e das intervenções médicas desnecessárias, fenômenos que vêm se intensificando nas últimas décadas devido ao avanço tecnológico e à cultura intervencionista predominante na prática clínica. Este artigo de revisão científica busca explorar as principais estratégias para a implementação da prevenção quaternária, com ênfase na educação dos profissionais de saúde, na tomada de decisão compartilhada, na parcimônia diagnóstica e terapêutica, e no uso criterioso de diretrizes clínicas baseadas em evidências. A prevenção quaternária visa proteger os pacientes de diagnósticos e tratamentos que não trazem benefícios reais e, ao contrário, podem causar danos iatrogênicos significativos, sobrecarregando os sistemas de saúde e comprometendo a segurança do paciente. A revisão aborda os desafios inerentes à implementação dessas estratégias, incluindo as pressões econômicas e institucionais para a realização de mais exames e tratamentos, as expectativas dos pacientes em relação às tecnologias médicas, e a influência da indústria farmacêutica. A cultura médica tradicional, que valoriza a intervenção imediata como a principal resposta clínica, constitui uma barreira significativa para a adoção da prevenção quaternária. Conclui-se que a mudança de paradigma proposta por esse conceito exige não apenas uma reformulação da prática médica, mas também a criação de políticas públicas que favoreçam a utilização racional de recursos de saúde e promovam uma medicina mais centrada no paciente. A adoção de uma medicina reflexiva e ética, que priorize o bem-estar do paciente e a parcimônia nas intervenções, é essencial para assegurar a sustentabilidade dos sistemas de saúde e a segurança clínica.
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