Resumo
INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) é uma condição crônica de crescente prevalência, configurando-se como uma das principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. Estima-se que aproximadamente 16,8 milhões de brasileiros foram diagnosticados com a doença em 2021, com disparidades regionais significativas. Regiões como Norte e Nordeste apresentam índices mais altos de DM2, frequentemente associados a fatores socioeconômicos desfavoráveis, como baixa renda e acesso limitado a serviços de saúde. OBJETIVO: Este estudo busca investigar as associações entre fatores socioeconômicos e ambientais e a prevalência de DM2 nas cinco regiões do Brasil. METODOLOGIA: Utilizando uma abordagem ecológica, a pesquisa analisou dados agregados de fontes públicas, como o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e a International Diabetes Federation, entre 2017 e 2021. Também foi realizada uma pesquisa na base de dados PubMed, utilizando os termos “socioeconomic factors and diabetes prevalence in Brazil,” “environmental determinants and type 2 diabetes,” e “regional disparities in diabetes Brazil.” As variáveis socioeconômicas incluíram renda média per capita, nível de escolaridade e acesso a serviços de saúde, enquanto as variáveis ambientais abordaram a taxa de urbanização e o acesso a áreas de lazer. RESULTADOS: Os resultados mostraram que as regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores taxas de prevalência de DM2, refletindo a inter-relação entre condições socioeconômicas, urbanização e o consumo de alimentos ultraprocessados. A análise destacou que a carência de infraestrutura e áreas de lazer, especialmente nas periferias urbanas, contribui para o sedentarismo e, consequentemente, para o aumento da prevalência da doença. CONCLUSÃO: Esses achados ressaltam a importância de políticas públicas que abordem desigualdades socioeconômicas e promovam estilos de vida saudáveis, visando a redução da carga do DM2 no Brasil.
Referências
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