Neurociência do TDAH
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Palavras-chave

Hiperfoco
Metilfenidato
Lisdexanfetamina
Fitocanabinóides
Tratamento medicamentoso

Como Citar

Knecht, L., Sganderla , S., Mecabô, G., Ferreira, A. F., & Horvath, B. S. (2024). Neurociência do TDAH: Revisão sobre o tratamento e implicações clínicas. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(10), 3306–3330. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n10p3306-3330

Resumo

 

Introdução: A condição neuropsiquiátrica do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é amplamente discutida na literatura. Essa condição afeta parte significativa da população infantil e persiste assiduamente na vida adulta. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão da literatura, realizada nas bases de dados Scielo e Google Acadêmico, utilizando os marcadores “TDAH”, “fisiopatologia do TDAH”, “Tratamento medicamentoso e alternativo” e “neurociência do TDAH”, abrangendo 39 publicações de 2002 a 2024. Desenvolvimento: O TDAH caracteriza-se por desregulação neurobiológica que prejudica áreas do cérebro responsáveis pela atenção, como a região frontal. Além dos fatores fisiopatológicos, a genética influencia a predisposição ao transtorno, com indícios de herdabilidade elevada. Outras condições correlacionadas ao desenvolvimento do TDAH incluem fatores ambientais, como a exposição a substâncias tóxicas durante a gestação. O quadro de sintomas já pode se tornar perceptível na entrada da criança na escola, antes dos 7 anos, devido ao aumento das exigências acadêmicas, que refletem sintomas como desatenção e hiperatividade. Em adultos, os sintomas podem ser menos evidentes, mas afetam os afazeres diários. Para o diagnóstico, é necessária uma equipe interdisciplinar, que requer entrevistas, questionários e avaliações diretas. Em busca de qualidade de vida, contamos com formas de tratamento medicamentosas, que melhoram a concentração e diminuem a fadiga mental. Entre elas estão a Ritalina, Concerta, Venvance e Atentah, todas com suas reações adversas. Intervenções complementares não medicamentosas também são reconhecidas para esse tratamento. Abordagens como exercício físico, terapia ocupacional e biofeedback aumentam a autoestima e promovem a autorregularão cerebral. Considerações finais:Com o avanço farmacológico e não medicamentoso se expandindo,os métodos alternativos disponíveis mostram potencial, mas requerem evidências sólidas de eficácia e segurança. Para isso, é de extrema importância aprimorar os tratamentos e investir em instituições de pesquisa e capacitação profissional na área, além de oferecer conscientização e apoio para as famílias.

 

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n10p3306-3330
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